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1195 TRAÇOS DO LÉXICO NORDESTINO EM MEMORIAL DE MARIA MOURA, DE RACHEL DE QUEIROZ Carlos Alberto de SOUZA

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DOI 10.1285/i9788883051272p1195

http://siba-ese.unisalento.it, © 2017 Università del Salento

TRAÇOS DO LÉXICO NORDESTINO EM MEMORIAL DE MARIA MOURA, DE RACHEL DE QUEIROZ

Carlos Alberto de SOUZA16 RESUMO

O presente estudo visa apresentar um projeto dicionarístico para elaboração de um glossário do linguajar regional popular no romance Memorial de Maria Moura (1992), de Rachel de Queiroz que compõe a tese defendida na Universidade Federal do Ceará-Brasil, em outubro de 2013, intitulada A linguagem regional-popular nos romances de Rachel de Queiroz. O objetivo maior é descrever o léxico regional característico do Nordeste brasileiro, de modo especial, o do Ceará, terra natal da escritora. Trata-se de uma pesquisa de natureza sócio e etnolinguística, a qual investiga a variação da linguagem em seu contexto social, mais precisamente, no que diz respeito ao processo linguístico e à cultura regional nordestina, anotados no glossário a que nos propusemos realizar. Este estudo desenvolveu-se à luz dos princípios teóricos da Lexicologia e da Lexicografia, que foram utilizados conforme Aragão (2006), Krieger et al (2006), Biderman (2001), Isquerdo (1998) e Barbosa (1991), para a elaboração de um glossário dos itens lexicais que constituem o regionalismo presente em Memorial de Maria Moura (1992). Ao término da nossa proposta de glossário, confirmamos, que o léxico dos diferentes personagens do romance marca, além da variação regional, outros tipos de variação, como as sociais e as culturais. As variações linguísticas na linguagem regional-popular são marcadamente léxico-semânticas; e as variáveis regionais e socioculturais empregadas pelos personagens do romance em estudo advêm da relação entre linguagem, sociedade e cultura.

PALAVRAS-CHAVE: Regionalismos; linguagem popular; léxico; Literatura regional.

Este trabalho utiliza o romance Memorial de Maria Moura (1992), de Rachel de Queiroz, visando uma identificação do léxico regional característico do Nordeste brasileiro, de modo especial, o do Ceará, terra natal da escritora. Tal objetivo se fundamenta nas declarações da escritora de que os seus personagens, mesmo sendo fictícios apresentam características de pessoas muito próximas do seu convívio pessoal, além de serem representativos da cultura nordestina. Do ponto de vista linguístico, é bastante significativo, vez que a escritora apresenta um repertório que abrange desde

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regionalismos, passando por vocábulos e expressões até provérbios. São marcas constitutivas de formas de expressão do homem, que como agente histórico deixa seu sinal no universo lexical. Como o léxico é composto por “um conjunto de possibilidades de manifestações expressivas notadamente linguísticas do homem, sua natureza é equilibradamente dinâmica.”17 Para sustentação de tal equilíbrio, seguimos o entendimento de Oliveira (1997), ao perceber que o dinamismo da língua manifesta-se primordialmente no léxico, no qual encontramos, em toda e qualquer manifestação linguística, a presença de elementos que revelam a forma de concepção do mundo de determinada sociedade, em determinada época.

Porque o léxico permeia toda e qualquer manifestação linguística, apoiamo-nos em Biderman (1981), que o considera:

o tesouro vocabular de qualquer língua, no qual está inclusa a nomenclatura de todos os conceitos linguísticos e não-linguísticos e de todos os referentes do mundo físico e natural, criado por todas as culturas humanas, o que faz com que o léxico seja uma ponte mais acessível e indissociável entre o linguístico e o extralinguístico.18

Reforçando este posicionamento, amparamo-nos em Aragão (2006:8-9), que, ao assegurar que a Etnolinguística, segundo Coseriu (1987:5), é “o estudo da linguagem em relação com a civilização e a cultura das comunidades”, segue de perto as relações existentes entre a língua e a comunidade, que a fala afirmando que:

A relação entre linguagem e cultura se dá em 3 sentidos diferentes: a) a linguagem é uma forma primária de cultura, do espírito criador do homem; b) a linguagem reflete a cultura não linguística, é a atualidade da cultura, manifesta os saberes, as ideias, as crenças acerca da realidade conhecida, das realidades sociais e da própria linguagem enquanto parte da realidade; c) a linguagem não é só competência linguística, mas é competência extralinguística, conhecimento do mundo, saberes, ideias e crenças acerca das coisas.

Daí, podemos concluir que há um estreito entrelaçamento entre o agir e o falar que explicita o perfil sociocultural da comunidade. Devido à existência desse liame entre o falar e o universo cultural de um povo, a nossa pesquisa reforça-se com Proença Filho (1986, p.37), que vislumbra o texto literário tanto como um objeto linguístico, como um objeto estético. Assim sendo, é notório que o texto literário é tanto linguístico,

17 Souza, Carlos Alberto de. 2013. A Linguagem regional-popular nos romances de Rachel de Queiroz, p. 20. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.

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por representar o modo expressivo de uma determinada sociedade ou estrato social, quanto estético, por pertencer a uma específica caracterização textual. Sob esse aspecto, Proença Filho (op. cit.:34) ainda evidencia:

Obviamente, como cultural que é, a literatura acompanha o desenvolvimento da cultura de que é parte integrante. A literatura se vale da língua e revela dimensões culturais. Cultura, língua e literatura estão, portanto, estreitamente vinculadas.

Quanto a esse texto literário, a linguagem regional-popular constitui um conjunto lexical, do qual aflora um rico sistema de crenças, valores culturais e ideologias, que desnudam o perfil intelectual e as variações regionais manifestadas na maneira expressiva e singular de seus falantes. Nesse direcionamento, vamos ao encontro de Carvalho (2001:s/p), que revela:

O estudo do léxico permite compreender os conceitos e as ocorrências da vida cotidiana, por ser modelo e modelador de cultura. [...] língua e cultura formam um todo indissociável que não é ensinado em nenhum lugar especial, mas adquirido ao sabor dos acontecimentos cotidianos. [...] o estudo de palavras lexicais, onde o componente cultural se manifesta com mais intensidade, pode ser o fio condutor para o conhecimento de uma comunidade. [...] O acervo lexical é formado por unidades estáveis e econômicas, receptáculos pré-construidos e lugares de penetração privilegiados para certos conteúdos da cultura que a eles aderem, anexando-lhes outra dimensão à dimensão originária.

Dessarte, reafirmamos a nossa comunhão teórica com a autora acima referida, para quem os acervos lexicais dizem respeito à linguagem regional-popular, compreendida, nesta abordagem, como um espelho da realidade sujeita a mudanças que podem ocorrer por influência de fatores tanto linguísticos quanto extralinguísticos, uma vez que eles são verdadeiramente um indício de expressão coletiva, traduzida linguisticamente em palavras, expressões e fórmulas que carregam intensa carga cultural.

Normas para composição do Glossário

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não-especialistas em Literatura Brasileira, tomamos por base as orientações de Barbosa (1989 e 1991), bem como de Isquerdo (1998), além de Biderman (2001). Seu corpus é composto de corpus de análise, o romance Memorial de Maria Moura, do qual foram extraídos os itens lexicais, e de corpus de referência, os Dicionários reconhecidos como obras de referência da língua portuguesa, tais como: AURÉLIO eletrônico versão 3.0, 1999; HOUAISS eletrônico versão 3.0, 2009; MICHAELIS eletrônico versão 5.0, 1998. Ainda compõem esse elenco lexicográfico os Dicionários de linguagem regional popular, para comprovação dos conceitos das lexias: Girão (2.000); Cabral (1982); Seraine (1991). Além desses autores, embora em menor teor de contribuição, nosso estudo buscou também amparo em Nascentes (1996); Lacerda; Lacerda; Abreu (2.000); Cascudo (1977); Fernandes (2.000); Mota (1987); e Silveira (2010), por observarem aspectos linguísticos da variedade dialetal, em língua portuguesa, variante brasileira, que integram o linguajar regional-popular do Nordeste do Brasil. característico das falas dos personagens rachelianos.

Os princípios que orientaram os paradigmas estruturais do glossário foram aqueles descritos em Barros (2004). Assim sendo, os itens lexicais integrantes da nomenclatura do glossário incluem: substantivos, expressões, provérbios, formas adjetivas, formas verbais e formas adverbiais. Cada verbete está formado por uma palavra-entrada, seguida de enunciado lexicográfico. Há também a indicação de dicionarização (ILD= item lexical dicionarizado) ou não dicionarização (ILND= item lexical não dicionarizado) do item, categoria gramatical, gênero, número, definição, indicação de remissiva, contexto e notas linguísticas e enciclopédicas.

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GLOSSÁRIO Memorial de Maria Moura ABANAR O RABO exp.

Tremer, oscilar. (AURÉLIO)

“Ele apanhou a moeda, saiu correndo. Como disse o velho Franco, nem sequer abanou o rabo.” (M.M.M., p.278)

ILDAE apenas no (AURÉLIO), e ILDAC no (HOUAISS), nos demais Dicionários consultados é ILND.

ABANAR OS QUEIXOS exp.

Falar provocantemente a alguém agitando as mãos perto do rosto – gesto insultuoso que equivale a um desafio à luta corporal e exige sempre enérgico revide. (SERAINE, 1991, p.14)

“A Firma chegou mais perto de Rubina e abanou-lhe os queixos: ...” (M.M.M., p.91) N.L. 1. (SERAINE, 1991, p.14) acrescenta ser de uso popular menos comum que antigamente. 2. (CABRAL, 1982, p.14) acrescenta que é ameaçar alguém pegando no queixo e sacudindo-o. ILDAE nos Dicionários de regionalismos e ILND nos Dicionários padrão de língua.

ABANCAR-SE v.

Tomar assento; sentar-se, assentar-se. (AURÉLIO)

“O velho, então, me mandou entrar, apontou um banco defronte dele: - Se abanque.” (M.M.M., p. 277) N.L. (CABRAL, 1982, p. 14) afirma ser uma linguagem principalmente rural. ILDAE nos Dicionários padrão de língua e no (CABRAL, 1982, p. 14). Nos demais Dicionários é ILND.

ALMANJARRA s.f.

Coisa enorme, desmedida, mal-acabada. (AURÉLIO)

“... ia dar uma pirueta de duas voltas, quando a almanjarra do trapézio começou a estalar“ (M.M.M., p.76) ILDAE nos três Dicionários padrão de língua. ILND nos três Dicionários de regionalismos.

AMIGADO adj.

Amasiado, amancebado. (AURÉLIO)

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AMONTAR v.

Fugir (o animal doméstico) para o mato e tornar-se bravio. (AURÉLIO)

“Mas veio dois anos de seca, o gado foi morrendo, o pouco que escapou amontou pela serra...” (M.M.M., p.240/41)

ILDAE no (AURÉLIO), no (HOUAISS), no (SERAINE) e no (GIRÃO). ILDAD no (CABRAL). ILND no (MICHAELIS).

APRAGATA s.f.

V.L. albarca alparca, alparcata, alpargata, alpergata, apragata, paragata, pracata, pargata, pragata, (AURÉLIO)

Sandália sem salto que se prende ao pé por tiras de couro ou de pano. (AURÉLIO) “Lavei o resto do corpo, sai do banho me sentindo outro. Lavei até as apragtas. Lavei muito bem a cabeça: apalpei a coroa.” (M.M.M., p.252)

N.L. 1. (HOUAISS, 2009) aponta como sendo um regionalismo do Brasil de uso informal. 2. (CABRAL, 1982, p.37) chama atenção para a denominação LEPE-LEPE. – Som produzido pela alpercata, na planta do pé, quando a pessoa anda. ILDAE nos três Dicionários padrão de língua, no (CABRAL) e no (GIRÃO). ILND no (SERAINE). ARÇÃO s.m.

V.L. ação (SERAINE, 1991, p.34)

Armação da sela de montaria, de madeira revestida de couro, formada por uma arcada na dianteira e outra na traseira. (HOUAISS)

“O visitante foi até junto da burra, tirou um saco que tinha pendurado do arção da sela, do saco puxou com cuidado um registro de santo, num quadro.” (M.M.M., p.63)

N.L. (SERAINE, 1991, p.34) afirma ser termo popular de uso corrente. Linguagem rural. ILDAE em todos os Dicionários consultados.

AREAR v.

V.F. ariar (CABRAL, 1982, p.56) Escovar (os dentes). (AURÉLIO)

“Como é que eu ia poder acordar com o sol, lavar o rosto, arear os dentes...” (M.M.M., p.135).

ILDAE no (AURÉLIO), no (HOUAISS) e no (CABRAL). ILDAC no (MICHAELIS). ILND no (GIRÃO) e no (SERAINE).

ARRANCHAR-SE v.

Hospedar-se ou estabelecer-se provisoriamente. (AURÉLIO)

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marido. – Vocemecê pode até se arranchar lá.” (M.M.M., p.287)

N.L. Em Seraine (1991, p.36) há as seguintes acepções: ‘Hospedar-se em caminho ou no curso de uma viagem ou ainda em lugar onde se vai para fim determinado; estabelecer-se provisoriamente. Uso sertanejo, rural.

ILDAE em todos os Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismos.

ARREARv.

Atar, prender, amarrar. (CABRAL, 1982, p.61)

“João Rufo já estava meio velho e cansado, bom de arreara carga nas suas costas.” (M.M.M., P.299)

N.L. (CABRAL, 1982, p.61) apresenta: pronunciam arriar.

ILDAE em todos os Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismos.

AZUCRINAR v.

Apoquentar . (AURÉLIO)

“E mais: eu, novinha, sadia, podia ainda ter uma récua de filhos para virem azucrinar os tios.” (M.M.M., p.89)

N.L. 1. (HOUAISS) apresenta como um regionalismo brasileiro. 2. (SERAINE, 1991, p.41) afirma ser de uso popular corrente.

ILDAE em todos os Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismo.

BACURAU s.m.

Ave noturna (espécie de coruja). (CABRAL, 1982, p.85)

“Piava coruja e bacurau, piava e resmungava e roncava tanto pássaro e bicho esquisito, mas não dava medo, fazia até uma espécie de companhia.” (M.M.M., p.81)

N.L. 1. (HOUAISS) apresenta: acurau, acuraua, curiango, curiangu, curiavo, guiraquereá, ibijaú, noitibó, oitibó, pinta-cega como outros nomes pelos quais bacurau é conhecido. 2. Tanto (HOUAISS) quanto (AURÉLIO) afirmam ser um regionalismo brasileiro.

N.E. [Possuem hábitos noturnos e alimentam-se de insetos.] (HOUAISS)

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua, no (CABRAL) e no (SERAINE). ILND no (GIRÃO).

BAILARIM s.m.

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Aquele que se dedica à arte do bailado; dançarino. (AURÉLIO)

“Eu passava dias e noites nessa confusão de pensamento. E quando ia me alegrando, lá vinha a desconfiança, ou os remoques da Firma: - Cadê o bailarim? Sumiu?” (M.M.M., p.129)

ILDAE no (AURÉLIO) e no (HOUAISS). ILND nos três Dicionários de regionalismos e no (MICHAELIS).

BARRA DO DIA exp.

A primeira claridade do dia. (HOUAISS)

“Afinal cantou o galo da madrugada. O da meia-noite, já tinha cantado e dormido outra vez. O de agora cantava e amiudava, a barra do dia estava rompendo.” (M.M.M., p.44). ILDAE no (AURÉLIO), no (HOUAISS), no (CABRAL) e no (GIRÃO). ILND no (MICHAELIS) e no (SERAINE).

BATER DOS BEIÇOS exp.

Movimento repetitivo dos lábios. (SOUZA, 2013)

“Beato Romano ficou muito tempo ajoelhado junto da cova, rezando tão baixinho que só se via que era reza pelo bater dos beiços.” (M.M.M., p. 324)

ILND em nenhum dos Dicionários consultados. É, portanto, um neologismo. BEIRADEIRO adj. e s.m.

V.F. beradeiro (CABRAL, 1982, p.106) m.q. caipira ('roceiro'). (HOUAISS)

“Meus filhos quando a fome aqui era demais, botavam umas esperas nessa estrada e tomavam as compras dos beiradeiros que vinham de lá fazer feira...” (M.M.M., p.118) N.L. 1. (HOUAISS) apresenta como regionalismo do Ceará significando caipira ('roceiro'); Regionalismo da Paraíba significando homem interiorano, rústico, que habita nas imediações dos núcleos de moradia sertanejos; Regionalismo de Pernambuco com o significado de habitante de beira de estrada de ferro; pequeno comerciante das margens das estradas de ferro; Regionalismo da Bahia com o significado de habitante das margens dos rios, esp. do rio São Francisco. 2. (SERAINE, 1991, p.55) afirma ser de uso plebeu rural.

ILDAE no (AURÉLIO), no (HOUAISS), no (CABRAL) e no (SERAINE). ILND no (MICHAELIS) e no (GIRÃO).

BESTA-FERA s.f.

Indivíduo mau, desumano ou sanguinário. (HOUAISS)

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ILDAE no (AURÉLIO), no (HOUAISS), no (CABRAL). ILND no (MICHAELIS), no (GIRÃO) e no (SERAINE).

BESTALHÃO adj.

Que ou quem é ignorante, rústico ou falto de inteligência. (HOUAISS)

“E de andar com as meninas eu não fazia conta, eram muito bestalhonas e medrosas.” (M.M.M., p.88)

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua, no (CABRAL) e no (GIRÃO). ILND no (SERAINE).

BICHIM s.m. (diminutivo)

Forma alterada de bichinho. (SOUZA, 2013)

Fórmula de tratamento carinhoso que se dá aos animais e às pessoas, esp. aos meninos, mas por vezes extensivo aos adultos. (Adaptado da forma bichinho do HOUAISS e do SERAINE, 1991, p.57)

“– Corre já trazer uns paus de lenha, bichimsem préstimo!” (M.M.M., p.378)

N.L. (SERAINE, 1991, p.57) afirma ser de uso popular corrente. (MOTA, 1987, p,235) acrescenta: tratamento carinhoso, dado espacialmente às crianças. Corresponde a benzinho.

ILND em nenhum dos Dicionários padrão de língua. ILDAE nos três Dicionários de regionalismos e no (MOTA, 1987)

BICHINHO s.m.

Tratamento carinhoso dado às crianças, particularmente, mas por vezes extensivo a adultos. (SERAINE, 1991, p.57)

“‘Coitadinha da bichinha...’ e até me embalava na rede, ao entrar no quarto e me ver sempre imóvel, tão desolada.” (M.M.M., p.20)

N.L. (SERAINE, 1991, p.57) afirma ser de uso popular corrente.

ILDAE no (HOUAISS) e nos três Dicionários de regionalismos. ILDAC no (AURÉLIO). ILND no (MICHAELIS).

BIQUEIRO adj.

Que come pouco, ou que é difícil de agradar no comer; que tem má boca. (AURÉLIO) “Eu sempre tinha vivido trancada em casa, as cunhãs me trazendo tudo na mão, preparando meu banho, lavando a minha roupa, fazendo comidinha especial porque eu era biqueira.” (M.M.M., p.120)

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ILDAE em todos os Dicionários consultados, sejam naqueles padrão de língua, sejam naqueles de regionalismo.

BISACO s.m.

Bornal, mochila. (AURÉLIO)

“Derreteram na caneca uma banda de rapadura que Zé Soldado tinha trazido no bisaco ‘pra roer um taco na hora da sentinela.’” (M.M.M., p.81)

N.L. Tanto (AURÉLIO) quanto (HOUAISS) afirmam ser regionalismo do Nordeste. ILDAE no (AURÉLIO), no (HOUAISS), no (CABRAL) e no (GIRÃO). ILND no (MICHAELIS), no e no (SERAINE).

BRAÇA s.f.

Unidade de medida de comprimento equivalente a dez palmos, ou seja, 2,2m. (Adaptado do AURÉLIO)

“O outro punho atou num angico, duas braças afastado da catingueira.” (M.M.M.,p.119)N.L. (CABRAL, 1982, p.133) chama atenção para o fato de ainda hoje ser muito usada no Nordeste na medição de terras, cordas, fumo em rolo, etc.

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua, no (CABRAL) e no (SERAINE). ILND no (GIRÃO).

CABRA s.m

Capanga, jagunço. (HOUAISS)

“Se lembra da Tia Vivinha? Fugiu com aquele mulato, cabra forro, vindo das bandas do Maranhão,” (M.M.M., p.47);”

“Os cabras gostaram dele, gostaram muito.” (M.M.M., p.369)

ILDAE em todos os Dicionários consultados, sejam naqueles padrão de língua, sejam naqueles de regionalismo.

CABRITO s.m.

Garoto atrevido. (CABRAL, 1982, p.152)

“Difícil mesmo vai ser passar a mão nela. A cabrita é capaz de se defender até de faca.” (M.M.M., p.50)

N.L. (SERAINE, 1991, p.77) afirma ser de uso familiar e popular.

ILDAE em todos os Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismo.

CHIBÉ s.m

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Espécie de caldo feito com farinha de mandioca, rapadura e água. (GIRÃO, 2000, p.144)

“Mas João Rufo tratou logo de fazer um chibé com rapadura raspada, farinha e água...” (M.M.M., p.143)

N.L. 1.Tanto (HOUAISS) quanto (AURÉLIO) apresentam jacuba como sinônimo e afirmam ser um regionalismo do Norte e Nordeste. 2. (AURÉLIO) ainda apresenta como sinônimo no Nordeste sebereba.

ILDAE no (AURÉLIO), no (HOUAISS), no (CABRAL), no (GIRÃO) e no (SERAINE). ILND no (MICHAELIS).

DAR DE MARCHA exp.

Pôr-se em marcha; seguir caminho; andar. (SERAINE, 1991, p.126)

“Os outros riram. Roque meteu o relho na burra, nós demos de marcha aos cavalos.” (M.M.M., p. 260)

N.L. Termo não encontrado em nenhum dos Dicionários padrão de língua. Acredita-se ser termo do linguajar regional popular.

ILDAE no (GIRÃO) e no (SERAINE). ILND nos Dicionários padrão de língua e no (CABRAL).

DE BORCO exp.

De barriga para baixo. (AURÉLIO)

“Dei boa noite, entrei no meu quarto, bati a porta. Aí me atirei de borco na cama; e chorava com tanta fúria que até cheguei a rasgar o lençol com os dentes.” (M.M.M., p.404)

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua e no (CABRAL). ILND no (GIRÃO) e no (SERAINE).

DE COMER s.m.

V.L. de-comer (HOUAISS); decomer (SERAINE, 1991, p.126); dicumê, de-cumê, cume (CABRAL, 1982, p.274)

Coisa de comer; alimento, comida. (AURÉLIO)

“Eles ficaram ruminando aquela novidade. Depois a Rana falou: - Nas casas não tem de comer pros outros. Só dá pra gente.” (M.M.M., p.276) “

N.L. (HOUAISS) apresenta como sendo regionalismo de uso informal. (SERAINE, 1991, p.126) afirma ser de uso plebeu rural.

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DE RABO ENTRE AS PERNAS exp.

V.L. meter o rabo entre as pernas, sair com o rabo entre as pernas. (CABRAL, 1982, p.643)

Encolher-se, calar, com medo ou por não ter razão. (AURÉLIO)

“E agora encolhido, de rabo entre as pernas, pronto a se ajoelhar e pedir misericórdia, contanto que a gente o deixasse livre!” (M.M.M., p.177/78)

ILDAE no (AURÉLIO) e no (CABRAL). ILDAC no (HOUAISS) e no (MICHAELIS). ILND no (GIRÃO) e no (SERAINE).

DEMUDADO adj.

Mudado, alterado, desfigurado. (AURÉLIO)

“É que vocemecê está muito demudado” (M.M.M., p.313)

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua. ILND nos três Dicionários de regionalismos.

DESAFASTAR v.

O mesmo que afastar, uso informal. (HOUAISS)

“O desgraçado gritou para os homens: - Desafasta, senão ela morre!” (M.M.M., p.199) ILDAE no (AURÉLIO), no (HOUAISS), no (CABRAL) e no (GIRÃO). ILND no (MICHAELIS) e no (SERAINE).

DESASNAR v.

V.L. desarnar(CABRAL, 1982, p.283)

Dar instrução (esp. as primeiras noções) a; ensinar. (HOUAISS)

“Arranjei para dar umas aulas a um mocinho, filho do dito bodegueiro; era só para desasnaro rapaz, antes de ser mandado para os estudos na cidade, em casa da avó.” (M.M.M., p.255)

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua, e no (CABRAL). ILND no (GIRÃO) e no (SERAINE).

DESCOROÇOADO adj.

V.L. desacorçoado, desacoroçoado, descorçoado (AURÉLIO)

Diz-se de, ou indivíduo sem coragem, sem ânimo; desanimado, desalentado. (AURÉLIO)

“Valentim estava pasmo, descoroçoado: - E eu pensava que vida difícil e arriscada era vida de pelotiqueiro!” (M.M.M., p. 450)

(13)

DESEMPENADO adj.

Desenvolto, desembaraçado. Elegante. (CABRAL, 1982, p.288)

“O Irineu era o melhorzinho, o mais desempenado; mas tinha uns olhos vermelhos, como

se sofresse do mal da sarapiranga.” (M.M.M., p.35)

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua e no (CABRAL). ILND no (GIRÃO) e no (SERAINE).

DESTRIORADO adj.

V.L. deteriorado (SOUZA, 2013)

Danificado, estragado. (Adaptado do AURÉLIO)

“E esta calça eu só visto quando vou ver gente. Como hoje, com vocemecê. O pano está destriorado, mas ainda encobre o corpo...” (M.M.M., p.242)

N.L. Item lexical não encontrado em nenhum dos Dicionários consultados. É, portanto, um neologismo.

ILND em nenhum dos Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismos.

DONA s.f.

Referência a determinada pessoa, cujo nome se desconhece. (CABRAL, 1982, p.309) “E então apareceu a Dona. Calçava botas de cano curto, trajava calças de homem, camisa de xadrez de manga arregaçada.” (M.M.M., p.10)

ILDAE em todos os Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismos.

DOR DE VEADO exp.

Dor forte que se manifesta do lado direito do abdome, resultante de uma árdua corrida. (AURÉLIO)

“Quando o cavalo chouteava forte, me atacava aquela dor que chamam dor de veado, a que dá uma pontada forte nos vazios.” (M.M.M., p.87)

ILDAE no (AURÉLIO), no (MICHAELIS) e no (CABRAL). ILND no (HOUAISS), no (GIRÃO) e no (SERAINE).

EMBORNAL s.m.

V.L. borná, bornó, bornal, bornoz (CABRAL, 1982, p.126)

(14)

“As moedas de cobre entreguei a João Rufo no saquinho onde estavam e que ele enfiou no embornal.” (M.M.M., p.63)

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua, no (CABRAL) e no (GIRÃO). ILND apenas no (SERAINE).

ENCABULAMENTO s.m.

Ato ou efeito de encabular (-se). (AURÉLIO)

“Eu não morria de encabulamento porque Valentim estava ao meu lado, com o braço passado no meu ombro.” (M.M.M., p.216)

N.L. 1. Acredita-se ser um termo pertencente ao linguajar popular. 2. (HOUAISS) Apresenta encabulação como sinônimo.

ILDAE no (AURÉLIO) e no (HOUAISS). ILND no (MICHAELIS) e nos três Dicionários de regionalismos.

ENXERIR-SE v.

V.L. enxirir-se ou inxirir-se (CABRAL, 1982, p.348) Procurar namorar; arrastar a asa a alguém. (AURÉLIO)

“Os meus rapazes foram logo se enxerindo para o lado das índias.” (M.M.M., p.150) N.L. 1. (HOUAISS) afirma ser um regionalismo do Norte e do Nordeste do Brasil. 2. (CABRAL, 1982, p.348) apresenta a acepção Tentar conquista amorosa com impertinência.

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua e no (CABRAL). ILND no (GIRÃO) e no (SERAINE).

ESBOFAR v.

Causar grande fadiga a, cansar. (Adaptado do AURÉLIO)

“– Capina você, seu preguiçoso. Fica o dia todo esparramado dormindo, e a mulher e as crianças que se esbofem! A mulher do preguiçoso exibiu o primeiro sorriso da noite: - Lá isso é ...” (M.M.M., p. 279)

“Nós não puxamos demais, para não esbofar os cavalos.” (M.M.M., p.431)

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua. ILND nos três Dicionários de regionalismo.

ESCOLADO adj.

V.L. escolista (CABRAL, 1982, p.354) Esperto, vivo, sabido, ladino. (AURÉLIO)

(15)

N.L. (HOUAISS, 2009) afirma ser um regionalismo do Brasil.

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua, no (CABRAL) e no (SERAINE). ILND no (GIRÃO).

ESTATELADO adj.

Parado, imóvel; estático. (AURÉLIO)

“... – sonho com aquela cara de enforcada, a face roxa, os olhos estatelados, a ponta da língua saindo da boca.” (M.M.M., p. 18)

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua, no (CABRAL) e no (GIRÃO). ILND no (SERAINE)

FANIQUITO s.m.

V.L. fanequito (CABRAL, 1982, p.380)

Crise nervosa sem gravidade; chilique, fricote. (HOUAISS)

“Mas desmaiar, na hora do trabalho, cair no chão num faniquito ...?” (M.M.M., p.286) ILDAE nos três Dicionários padrão de língua e no (CABRAL). ILND no (GIRÃO) e no (SERAINE).

FORRA adj.

Alforriada, livre. (SOUZA, 2013)

“Pois fique sabendo que eu sou forra, de papel passado, desde que peguei barriga do finado seu sogro!” (M.M.M., p.92)

N.L. Nenhum dos Dicionários consultados apresenta o item lexical nesta concepção. É, portanto, um neologismo.

ILDAD em todos os Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismos.

FULO DE RAIVA exp.

Irritadíssimo, genioso; colérico. (AURÉLIO)

“Eu fiquei andando no alpendre, pra lá e pra cá, ainda fula de raiva.” (M.M.M., p.38) N.L. 1. Em Cabral (1982, p.409) encontramos fulo de raiva (ou apenas fulo) –

(16)

ILDAE em todos os Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismos.

GADO DO VENTO exp.

Que não pertence a ninguém. (SOUZA, 2013)

“... o pouco que escapou amontou pela serra, virou ‘gado do vento’, quer dizer sem dono – como fala o povo.” (M.M.M., p.241)

N.L. Item lexical não encontrado em nenhum dos Dicionários consultados. É, portanto um neologismo.

ILND em nenhum dos Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismos.

GRAÇA s.f.

O nome de batismo. (AURÉLIO)

”Como é a graça de vocemecê? – José Nascimento da Conceição, seu criado ...” (M.M.M., p.270)

N.L. (SERAINE, 1991, p.186) afirma ser de uso plebeu, rural, sertanejo.

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua, no (CABRAL) e no (SERAINE). ILND no (GIRÃO).

INTICAR v.

V.L. intincar, enticar (CABRAL, 1982, p.445) Implicar. (CABRAL, 1982, p.343)

”E só pra inticar com a Firma, Rubina confirmou tudo do moço com a rabeca, do seu oficio de saltimbanco...” (M.M.M., p.91)

N.L. 1. Termo não registrado em nenhum dos Dicionários padrão de língua. Acredita-se pertencer ao linguajar regional-popular. 2. (SERAINE, 1991, p.196) aponta como sendo de uso popular e acento plebeu e rural.

ILDAE nos três Dicionários de regionalismos. ILND nos três Dicionários padrão de língua.

ITÉ adj. de dois gêneros.

Sem gosto; insípido. (AURÉLIO)

”Sal não havia; mas estava ali mesmo sol pra secar a carne e todo mundo já estava acostumado a comer ité, feito índio.” (M.M.M., p.238)

(17)

ILDAE no (AURÉLIO). ILND no (HOUAISS), no (MICHAELIS) e nos três Dicionários de regionalismos.

JEREBITA s.f.

V.L. jiribita, jeribita, geribita e giribita (CABRAL, 1982, p.454)

Cachaça ou qualquer outra bebida alcoólica forte. (SERAINE, 1991, p.202)

”Fazia as sortes de sempre, mas sem ajudante, que Ninosa ficava servindo a jerebita aos fregueses.” (M.M.M., p.289)

“Fui lá dentro, peguei uma garrafa com uns dois dedos de jerebita (lembrança do Liberato) e entreguei a João Rufo: - Pra esquentar a friagem” (M.M.M., p.43)

N.L. (SERAINE, 1991, p.202) apresenta: Uso pop. um tanto restrito, não raro, em tom burlesco. Jiribita é a pronúncia corrente.

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua. ILND nos três Dicionários de regionalismos.

JUREMA s.f.

Árvore nativa do Brasil (característica da caatinga nordestina), de caule tortuoso, com casca malhada, ramos em zigue-zagues, armados, madeira us. em marcenaria e obras internas, flores esverdeadas e vagens coriáceas, escuras e arqueadas. (Adaptado do HOUAISS)

”... fugir da mataria fechada, principalmente mato de alagadiço, que só tem jurema e unha-de-gato, com os seus espinhos cortando a cara e as mãos dos cavaleiros.” (M.M.M., p.229)

N.L. 1.(HOUAISS) Afirma que também é conhecida como: angico-branco, jacaré, vinhático-de-espinho. 2.(SERAINE, 1991, p.205), apresenta jurema branca e jurema preta como espécies deste vegetal.

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua e no (SERAINE). ILND no (CABRAL) e no (GIRÃO).

MEIA-ÁGUA s.f.

V.L. meiágua (CABRAL, 1982, p.510)

1. Telhado de um só plano. 2. P.ext. Habitação com esse telhado.(AURÉLIO)

“Pela minha parte eu exigi que Duarte levantasse uma meia-água aberta, isolada da casa, pra se lidar com material tão perigoso.” (M.M.M., p.330)

N.L. (SERAINE, 1991, p.236) aponta como sendo de uso popular corrente.

(18)

MULHER DE BIGODE exp.

V.L. ‘mulher de bigode não é pagode’ e ‘mulher de bigode nem o diabo pode’ (MOTA, 1987, p.125)

Mulher independente, que não aceita opinião de ninguém. (SOUZA, 2013)

“Ele se treme todo quando ela lhe bota aqueles olhos duros de gavião. Mulher de bigode, que é que se pode esperar?” (M.M.M., p.50)

N.L. Acredita-se que seja uma forma alterada das variantes léxicas: ‘mulher de bigode não é pagode’ e ‘mulher de bigode nem o diabo pode’ apontadas por (MOTA, 1987, p.125). (SOUZA, 2013)

ILND em nenhum dos Dicionários padrão de língua, nem naqueles de regionalismos. NA HORA DO PEGA PRA CAPAR exp.

Na hora decisiva. Na hora do perigo. Por ocasião do ajuste de contas. (CABRAL,1982,p.436)

“–Não vê você ? Grita e esperneia, mas quando chegar a hora do pega-pra-capar, vai correr se esconder na cozinha, chorando.” (M.M.M., p.43)

N.L.: Cabral (1982, p.436) apresenta as expressões: Na hora da onça beber água e Na hora do cancão pegar menino com a mesma acepção.

ILDAE no (AURÉLIO) e nos três Dicionários de regionalismos. ILND no (HOUAISS) e no (MICHAELIS).

PAPO-DE-EMA s.m.

Alforje, sacola com alça. <aulete.uol.com.br/papo-de-ema> Acesso em 27/03/13.

“Peguei lá o papo-de-ema que Pai, quando viajava, usava para guardar o dinheiro.” (M.M.M., p.62)

N.L. Item lexical somente encontrado em (aulete.uol.com.br/papo-de-ema)

ILND em nenhum dos Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismos.

PASSAR A MÃO exp.

Desviar, subtrair, furtar, surripiar; meter a mão em. (AURÉLIO)

“Cangalha não acharam aparelhada, estão passaram a mão numa alheia, jogada no alpendrim de uma casa fechada, ...” (M.M.M., p.126)

ILDAE no (AURÉLIO), no (CABRAL) e no (SERAINE). ILND no (HOUAISS), no (MICHAELIS) e no (GIRÃO).

PÉ-DE-VENTO exp.

(19)

“...João Rufo me dizia que o pobre do Beato estava tão fraco que até um pé-de-vento era capaz de dar com ele em terra.” (M.M.M., p.369)

N.L.:1. Em Cabral (1982, p.750), encontramos esta expressão com o sentido de ‘ventania forte e súbita’. 2. Em Girão (2000, p.290), encontramos o sentido de ‘ventania violenta’.

ILDAE no (AURÉLIO), no (CABRAL) e no (GIRÃO). ILND no (HOUAISS), no (MICHAELIS) e no (SERAINE).

PISAR DE CAÇULA exp. V.L. pilar (AURÉLIO)

Ato ou efeito de duas pessoas pisarem no pilão, ao mesmo tempo, de maneira alternada. (SOUZA, 2013)

“Pilador não era difícil, todo mundo ali era acostumado a pisar milho de caçula; duas pessoas, cada uma com a sua mão de pilão, batendo de feição: quando uma ia com a mão pro alto a outra descia.” (M.M.M., p. 329)

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua. ILND nos três Dicionários de regionalismos.

PLANTAR A LÍNGUA exp.

Falar mal de alguém, difamar. (SOUZA, 2013)

“Pouco tempo passado que Pai morreu, quando Mãe começou a amizade com o Liberato e o povo plantou-lhe a língua, eu só sentia vergonha e raiva...” (M.M.M., p.121)

N.L. Expressão não encontrada em nenhum dos Dicionários consultados. É, portanto, um neologismo.

ILND em nenhum dos Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismos.

POLVARIMs.m.

Utensílio onde se leva pólvora para a caça. (AURÉLIO)

“Os dois vinham cada um com o seu polvarim de chifre, chumbo grosso e fino, num saco;...” (M.M.M., p.41)

N.L.: Polvarim é variação fonética de polvarinho ou povarinho ambas as forma encontradas em Cabral (1982, p.613) significando polvorinho. No Aurélio, no Houaiss e no Michaelis Eletrônicos encontramos a forma polvorinho.

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua e no (CABRAL). ILND no (GIRÃO) e no (SERAINE).

(20)

Em quantidade mínima. (SOUZA, 2013)

“João riu: - Só vai dar pra molhar o cuspe. Um gole pra cada um.” (M.M.M., p.43) N.L. Expressão não registrada em nenhum dos Dicionários consultados. É, portanto, um neologismo.

ILND em nenhum dos Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismos.

PRIVANÇA s.f.

Intimidade. (AURÉLIO)

“Protegia (de costas) as minhas retiradas para o mato, para as minhas privanças. Até mesmo para eu mudar de roupa.” (M.M.M., p.260)

N.L. Item lexical não registrado em nenhum dos Dicionários de regionalismo. Acredita-se pertencer ao linguajar popular.

ILDAE no (AURÉLIO) e no (HOUAISS). ILND no (MICHAELIS) e nos três Dicionários de regionalismos.

QUEM QUER A CABRA PRENDE O CABRITO exp.

Quem deseja conseguir algo, deve ser prevenido. (SOUZA, 2013)

“Decerto tinham soltado a mãe para ir pastar, mantendo a cria presa; não diz que quem quer a cabra prende o cabrito? “ (M.M.M., p.231)

N.L. Expressão não dicionarizada em nenhuma das obras consultadas. É, portanto, um neologismo.

ILND em nenhum dos Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismos.

REMOQUE s.m.

Insinuação indireta e maliciosa. (AURÉLIO)

“Eu passava dias e noites nessa confusão de pensamento. E quando ia me alegrando, lá vinha a desconfiança, ou os remoques da Firma.” (M.M.M., p.129)

N.L. Item lexical não registrado em nenhum dos Dicionários de regionalismo. Acredita-se, portanto, pertencer ao linguajar popular.

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua. ILND nos três Dicionários de regionalismos.

SURJÃO s.m.

V.L. Forma alterada de cirurgião (SOUZA, 2013)

(21)

“Está estudando. Diz que vai ser doutor médico, surjão.” (M.M.M., p.315)

N.L. Trata-se de um neologismo por não estar registrado em nenhuma das obras lexicográficas da Língua Portuguesa tomadas como referência nesta pesquisa.

ILND em nenhum dos Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismos.

TACO s.m.

Bocado, pedaço, tico. (AURÉLIO)

“Derreteram na caneca uma banda de rapadura que Zé Soldado tinha trazido no bisaco ‘pra roer um taco na hora da sentinela.’” (M.M.M., p.81)

N.L. (HOUAISS) afirma ser um regionalismo do Nordeste e de uso informal.

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua, no (CABRAL) e no (GIRÃO). ILND no (SERAINE).

TER CABELOS NAS VENTAS exp.

V.L. ter cabelinho na venta (SILVEIRA, 2010, p.822)

Ter muito gênio; ser de mau gênio, irritável, atrevido; ter mau feitio; ser ríspido. (SILVEIRA, 2010, p.822)

“A Moura nos enxotou a nós, mas com a autoridade ia ser diferente. Com autoridade, cabelo na venta não vale.” (M.M.M., p.53)

“Aquela bichinha é de cabelo na venta, bem capaz de botar eles pra correr.” (M.M.M., p.46)

ILDAE somente no (SILVEIRA, 2010). ILND em nenhum dos Dicionários padrão de língua, bem como naqueles de regionalismos.

TER TENÊNCIA exp.

Ter prudência; acautelar-se. (SERAINE, 1991, p.366)

“Eu e ela não se passava de uns meninos, mas já se tinha tenência.” (M.M.M., p.241) Ver tomar tenência

N.L. 1. Forma alterada de ‘tomar tenência’. (SOUZA, 2013) 2. Termo não encontrado nos Dicionários padrão de língua. Acredita-se pertencer ao linguajar regional popular. ILDAE nos três Dicionários de regionalismos. ILND nos três Dicionários padrão de língua.

TERNANTONTE adv.

V.L. trasantonte, trasanteontem (CABRAL, 1982, p.710)

(22)

N.L.:1 – Ternantonte é variação fonética de Trasanteontem. No (AURÉLIO) encontramos a definição de trasanteontem como sendo: No dia anterior ao de anteontem.

ILDAE no (CABRAL) e no (AURÉLIO). ILND no (HOUAISS), no (MICHAELIS), no (GIRÃO) e no (SERAINE).

TOSTÃO s.m.

Qualquer soma, definida ou indefinida, de dinheiro. (AURÉLIO) “É o último tostão que me sai da bolsa, João.” (M.M.M., p.126)

N.L. Item lexical não encontrado nos Dicionários de regionalismo. Acredita-se pertencer à linguagem popular.

ILDAE nos três Dicionários padrão de língua. ILND nos três Dicionários de regionalismos.

UNHA-DE-GATO s.f.

Designação comum a várias espécies dos gêneros Mimosa e Acácia, da família das leguminosas, providas de acúleos pungentes que rasgam a roupa e ferem a pele com facilidade. (AURÉLIO)

“... fugir da mataria fechada, principalmente mato de alagadiço, que só tem jurema e unha-de-gato, com os seus espinhos cortando a cara e as mãos dos cavaleiros.” (M.M.M., p.229)

N.L. (HOUAISS) apresenta como sinônimo espinho-de-maricá (Mimosa bimucronata). ILDAE no (AURÉLIO), no (HOUAISS), no (CABRAL) e no (SERAINE). ILND no (MICHAELIS) e no (SERAINE).

URUPEMA s.f.

V.L. urupemba, gurupema e jurupem (AURÉLIO); (CABRAL, 1982, p.740) apresenta também: arupema e rupemba;(SERAINE, 1991, p.386) apresenta ainda a forma arupemba.

Espécie de peneira de fibra vegetal para utilidades culinárias; sururuca. (AURÉLIO)

“Marialva, sentada num banco, debaixo do alpendre, debulhava numa urupema um molho de feijão verde da horta do Beato.” (M.M.M., p.391)

ILDAE em todos os Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismos.

VASQUEIRO adj.

(23)

“– Ah, pode crer, tudo vai dar certo, Duarte. Nesta casa, mão-de-obra de mulher anda muito vasqueira.” (M.M.M., p.301)

ILDAE no (AURÉLIO), no (HOUAISS) e nos três Dicionários de regionalismos. ILND no (MICHAELIS).

VAZIO s.m.

A virilha dos animais de maior porte ou, por detração, do homem. (CABRAL,1982, p.746)

“Basta dizer, por exemplo, que estranhou tanto a cela de andilha, pra montar de lado, que vivia só querendo cair, se queixando de uma dor no vazio.” (M.M.M.,p.142)

N.L.: Cabral (1982, p.746) apresenta a variante vazilho. Seraine (1991, p.390) dá como definição: flanco e circunvizinhança até a região do hipocôndrio. A firma ser uma linguagem plebéia e rural. Pl. ilhargas (doanimal). Uso popular corrente de acento plebeu.

ILDAE em todos os Dicionários consultados, seja naqueles padrão de língua, seja naqueles de regionalismos.

VERSIDADE s.f.

V.L. diversidade (HOUAISS)

“Soldado, em campanha, só anda com comboio atrás, carregando toda versidadede abastecimento.” (M.M.M., p.87)

N.L. 1. (HOUAISS) afirma ser um regionalismo do Nordeste. 2. (SERAINE, 1991, p.394) aponta como sendo de uso plebeu e rural.

ILDAE no (AURÉLIO), no (HOUAISS) e nos três Dicionários de regionalismos. ILND no (MICHAELIS).

VIVER DA MÃO PRA BOCA exp.

Ter de trabalhar de manhã para comer de tarde. (SILVEIRA, 2010, p.923)

“- Aqui não tem vizinhança; Não tem onde se comprar nada. A gente vive da mão pra boca.” (M.M.M., p.117)

N.L. Item lexical registrado somente em (SILVEIRA, 2010, p.923). Acredita-se ser de muito pouco uso. (SOUZA, 2013)

ILND nos três Dicionários padrão de língua, bem como naqueles de regionalismos. ZAROLHO adj.

V.L.zanoio (ou zanolho) (CABRAL, 1982, p.766)

(24)

“Saí do caminho, puxando o Veneno pela rédea, meti-me pelo mato já zarolho, àquela altura de julho.” (M.M.M., p.7)

N.L.: 1 – Em Seraine (1991, p.404), há a definição de zarolho como “o mato que na quadra começa a ressentir-se dos ardores do sol. Uso sertanejo, rural.

ILDAE no (AURÉLIO), no (HOUAISS) e nos três Dicionários de regionalismos. ILDAC no (MICHAELIS).

Considerações finais

A indissociabilidade entre língua cultura e sociedade ficou bem destacada na nossa proposta de glossário que foi desenvolvido sobre os fundamentos da Lexicologia e da Lexicografia, numa perspectiva Etnolinguística, numa tentativa de reunir num só trabalho grande parte do linguajar regional-popular encontrado no romance Memorial de Maria Moura de Rachel de Queiroz.

Muitas foram as fontes teóricas que embasaram este trabalho, no âmbito da Lexicologia, da Dialetologia, da Sociolinguística, da Etnolinguística, dentre outras ciências voltadas para o léxico. É desnecessário dizer que os dicionários foram fontes diretas e indispensáveis para a construção da nossa proposta de glossário, razão pela qual resolvemos classificá-los em dois grupos principais: os Dicionários padrão de língua e os Dicionários de regionalismos, onde também incluímos.19

Daí assegurarmos que a linguagem regional-popular no romance Memorial de Maria Moura de Rachel de Queiroz apresenta marcas linguísticas que o identificam com a sociedade nordestina, de modo especial, com a cearense.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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