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3.3. IL SERTÃO VISTO DAL DI DENTRO: DIADORIM

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Academic year: 2021

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3.3. IL SERTÃO VISTO DAL DI DENTRO: DIADORIM

Oltre al diavolo, c’è un’altra figura che impedisce a Riobaldo di organizzare il racconto della sua vita in maniera lineare. Si tratta del personaggio attorno a cui ruota davvero il discorso del narratore, che, sotto le apparenze di una dissertazione sull’esistenza o la non esistenza del diavolo, è in realtà un grande tributo al grande amore (e grande errore) della sua vita: Diadorim.

L’ambiguità dell’identità di genere di Diadorim costituisce il grande tema della vita di Riobaldo, il suo enorme incompreso, la ferita non ricomposta che impedisce al narratore di organizzare la sua esistenza in un orizzonte di senso chiuso. Diadorim (il cui vero nome è Maria Deodorina da Fé Bettancourt Marins) è in realtà una donna, ma in quanto donna Riobaldo non la conoscerà mai, venendo a scoprire la verità sul suo sesso solo dopo la morte di lei. E come lui il lettore, a cui il narratore nasconde questa verità fondamentale per fargli sperimentare la stessa incompresione, la stessa perdita (la perdita della conoscenza di Maria Deodorina, di Diadorim in quanto donna) che ha sperimentato lui. Riportiamo, di seguito, il brano della scoperta del sesso di Diadorim:

Eu dizendo que a Mulher ia lavar o corpo dele. Ela rezava rezas da Bahia. Mandou todo o mundo sair. Eu fiquei. E a Mulher abanou brandamente a cabeça, consoante deu um suspiro simples. Ela me mal-entendia. Não me mostrou de propósito o corpo. E disse... Diadorim – nu de tudo. E ela disse: – “A Deus dada. Pobrezinha...” E disse. Eu conheci! Como em todo o tempo antes eu – não contei ao senhor – e mercê peço: – mas para o senhor divulgar comigo, a par, justo o travo de tanto segredo, sabendo somente no átimo em que eu também só soube... Que Diadorim era o corpo de uma mulher, moça perfeita... Estarreci. A dor não pode mais do que a surpresa. A coice d’arma, de coronha...1

Si noti l’incertezza nel definire il personaggio al maschile («ia lavar o corpo

dele») o al femminile («Diadorim era o corpo de uma mulher»), che serve a

mantenere la suspense, ma allo stesso tempo sta a indicare una confusione ineliminabile nel ricordo di Riobaldo. Per lui come per noi, il ricordo del

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personaggio rimane legato a fattezze maschili; o meglio a fattezze androgine, indefinibili2. Riobaldo avrebbe potuto dichiarare fin da subito la verità al suo interlocutore e così facendo il suo racconto avrebbe avuto un senso più chiaro, un andamento più lineare. Eppure decide di non farlo e in questa decisione sta il riconoscimento dell’impossibilità di chiudere quella ferita, di mettere un punto a quella faccenda, di trasformarla in un tranquillo dolore, in una nostalgia che dà ristoro.

E, Diadorim, às vezes conheci que a saudade dele não me desse repouso; nem o nele imaginar. Porque eu, em tanto viver de tempo, tinha negado em mim aquele amor, e a amizade desde agora estava amarga falseada; e o amor, e a pessoa dela, mesma, ela tinha me negado. Para que eu ia conseguir viver?3

Si noti come anche in questo brano, successivo alla rivelazione dell’enorme segreto di Diadorim, il narratore continui a riferirsi al persoanggio al maschile. Di Maria Deadorina (Diadorim in quanto donna) egli (come noi) non ha conosciuto che il cadavere. La vera identità sessuale di Diadorim rimane qualcosa di fantasmatico, di perso per sempre, di irrecuraperabile («e o amor, e a pessoa dela, mesma, ela tinha me negado »). Non a caso, quando il protagonista, in seguito alla battaglia del Paredão, compirà un vero e proprio pellegrinaggio nelle terre natali di Diadorim, non troverà praticamente niente; solo un nome:

Aonde fui, a um lugar, nos gerais de Lassance, Os-Porcos. Assim lá estivemos. A todos eu perguntei, em toda porta bati; triste pouco foi o que me resultaram. O que pensei encontrar: alguma velha, ou um velho, que da história soubessem – dela lembrados quando tinha sido menina – e então a razão rastraz de muitas coisas haviam de poder me expor, muito mundo. Isso não achamos. Rumamos daí então para bem longe reato: Juramento, o Peixe-Cru, Terra-Branca e Capela, a Capelinha-do-Chumbo. Só um letreiro achei. Este papel, que eu trouxe – batistério. Da matriz de Itacambira, onde tem tantos mortos enterrados. Lá ela foi levada à pia. Lá registrada, assim. Em um 11 de setembro da era de 1800 e tantos... O senhor lê. De Maria Deodorina da Fé Bettancourt Marins – que nasceu para o

2 Per questo motivo abbiamo scelto di riferirci al personaggio sempre al maschile. 3 Ivi, p. 870.

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dever de guerrear e nunca ter medo, e mais para muito amar, sem gozo de amor... Reze o senhor por essa minha alma. O senhor acha que a vida é tristonha?4

La compresione totale è interdetta per sempre a Riobaldo, la «verdadeira lâmpada de Deus, a lisa e real verdade»5 non c’è o non si vede. Non ci è dato venire a capo della faccenda; a dispetto di tutti i tentativi del protagonista, l’ambiguità rimane insopprimibile. Eppure il narrartore ci aveva detto, circa a metà del romanzo, «o Reinaldo-que era Diadorim: sabendo deste, o senhor sabe minha vida»6: nell’identità di Diadorim sta il vero senso della vita di Riobaldo, ma questa identità, e quindi il senso stesso, rimane inafferrabile.

Diadorim è per tutto il romanzo un personaggio profondamente enigmatico, circondato da un alone di mistero che ne fa una figura dagli attributi quasi iniziatici:

Naqueles olhos e tanto de Diadorim, o verde mudava sempre, como a água de todos os rios em seus lugares ensombrados. Aquele verde, arenoso, mas tão moço, tinha muita velhice, muita velhice, querendo me contar coisas que a idéia da gente não dá para se entender – e acho que é por isso que a gente morre7.

Nei suoi occhi si rispecchia quella variabiltà continua e incontrallabile che è propria del sertão. Sono occhi verdi come l’acqua dei fiumi e di quelle veredas che egli stesso ha insegnato a Riobaldo a conoscere e ad amare.

L’amore di Riobaldo per Diadorim, considerato impossibile per tutto il romanzo a fronte dell’ignoranza del vero sesso dell’amico/amata, è esso stesso un amore ambiguo, anti-lineare, incontrollabile (un amore associato a quel demonio di qui si è parlato). In questo, esso si oppone strutturalmente all’amore del protagonista per la sua futura moglie, Octacília, rappresentato come un amore calmo, sensato,

4 Ivi, pp. 869-870. 5 Ivi, p. 485.

6 Ivi, p. 449. Reinaldo è il nome da uomo di Diadorim, quello con cui tutti lo conoscono (eccetto

Riobaldo).

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“legale” (un amore in grazia di Dio), razionalmente fondato. Si leggano i brani seguenti:

O que entendi em mim: direito como se, no reencontrando aquela hora aquele Menino-Moço, eu tivesse acertado de encontrar, para o todo sempre, as regências de uma alguma a minha família. Se sem peso e sem paz, sei, sim. Mas, assim como sendo, o amor podia vir mandado do Dê? Desminto. Ah – e Otacília? Otacília, o senhor verá, quando eu lhe contar – ela eu conheci em conjuntos suaves, tudo dado e clareado, suspendendo, se diz: quando os anjos e o vôo em volta, quase, quase. A Fazenda Santa Catarina, nos Buritis-Altos, cabeceira de vereda. Otacília, estilo dela, era toda exata, criatura de belezas. Depois lhe conto; tudo tem o tempo. Mas o mal de mim, doendo e vindo, é que eu tive de compesar, numa mão e noutra, amor com amor. Se pode? Vem horas, digo: se um aquele amor veio de Deus, como veio, então – o outro?... Todo tormento8.

Pois minha vida em amizade com Diadorim correu por muito tempo desse jeito. Foi melhorando, foi. Ele gostava, destinado, de mim. E eu – como é que posso explicar ao senhor o poder de amor que eu criei? Minha vida o diga. Se amor? Era aquele latifúndio. Eu ia com ele até o rio Jordão... Diadorim tomou conta de mim. E ainda falhamos dois dias na Fazenda Santa Catarina. Naquele primeiro dia, eu pude conversar outras vezes com Otacília, que, para mim, hora em mais hora embelezava. Minha alma, que eu tive; e minha idéia esbarrada. Conheci que Otacília era moça direta e opiniosa, sensata mas de muita ação. Ela não tinha irmão nem irmã. Sor Amadeu chefiava largo: grandes gados em léguas de alqueires. Otacília não estava noiva de ninguém9.

Otacília – quando eu pensava nela, era mesmo como estivesse escrevendo uma carta. Diadorim, esse, o senhor sabe como um rio é bravo?10

Outras horas, eu renovava a idéia: que essa lembrança de Otacília era muito legal e intrujã; e que de Diadorim eu gostava com amor, que era impossível11.

8 Ivi, p. 191. 9 Ivi, p. 266. 10 Ivi, p. 160. 11 Ivi, p. 782.

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De mim, pessoa, vivo para minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem-querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim, penso também – mas Diadorim é a minha neblina...12

Octacília, creatura «toda exata», bella e virtuosa figlia di un fazendeiro, dotata di tutti i migliori attributi “femminili”, è la compagna perfetta di un ‘individuo definitivo’, come lo sarà Riobaldo. Il desiderio di lei va di pari passo con il desiderio della vita di fazenda; col desiderio di un’esistenza tranquilla e stabile, ma anche e soprattutto, di una posizione sociale più elevata:

A Fazenda Santa Catarina era perto do céu – um céu azul no repintado, com as nuvens que não se removem. [...]Depois de tantas guerras, eu achava um valor viável em tudo que era cordato e correntio, na tiração de leite, num papudo que ia carregando lata de lavagem para o chiqueiro, nas galinhas d’angola ciscando às carreiras no fedegoso-bravo, com florezinhas amarelas, e no vassoural comido baixo, pelo gado e pelos porcos. Figuro que naquela ocasião tive curta saudade do São Gregório, com uma vontade vã de ser dono de meu chão, meu por posse e continuados trabalhos, trabalho de segurar a alma e endurecer as mãos13.

Diadorim, al contrario, è la complessità non razionalizzabile, il tempo non allineabile, l’ambiguità non normabile che è propria del sertão.

Possiamo dire, infatti, che alla figura di Diadorim è legato l’elemento più poetico del romanzo, il campo semantico legato alla bellezza del sertão. È lui che attiva in Riobaldo la capacità di soffermarsi sulla molteplicità di quei particolari minuti, di quelle «belezas sem dono» che non possono che essere filtrate dall’occhio finalizzante dello storicismo. Si vedano i brani seguenti:

os altos claros das Almas: rio despenha de lá, num afã, espuma próspero, gruge; cada cachoeira, só tombos. O cio da tigre preta na Serra do Tatu – já ouviu o senhor gargaragem de onça? A garoa rebrilhante da dos-Confins, madrugada

12 Ivi, p. 27. 13 Ivi, p. 260.

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quando o céu embranquece – neblim que chamam de xererém. Quem me ensinou a apreciar essas as belezas sem dono foi Diadorim...14

Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse. Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som como os sapos sorumbavam15.

Mas eu gostava de Diadorim para poder saber que estes gerais são formosos16

. Saiba o senhor, o de-janeiro é de águas claras. E é rio cheio de bichos cágados. Se olhava a lado, se via um vivente desses – em cima de pedra, quentando sol, ou nadando descoberto, exato. Foi o menino quem me mostrou. E chamou minha atenção para o mato da beira, em pé, paredão, feito à régua regulado. – “As flores...” – ele prezou17

.

O Reinaldo mesmo chamou minha atenção. O comum: essas garças, enfileirantes, de toda brancura; o jaburu; o pato-verde, o pato-preto, topetudo; marrequinhos dançantes; martimpescador; mergulhão; e até uns urubus, com aquele triste preto que mancha. Mas, melhor de todos – conforme o Reinaldo disse-o que é o passarim mais bonito e engraçadinho de rio-abaixo e rio-acima: o que se chama o manuelzinho da-croa. Até aquela ocasião, eu nunca tinha ouvido dizer de se parar apreciando, por prazer de enfeite, a vida mera deles pássaros, em seu começar e descomeçar dos vôos e pousação. Aquilo era para se pegar a espingarda e caçar. Mas o Reinaldo gostava: – “É formoso próprio...” – ele me ensinou18.

Si noti, nei due brani precedenti, il ripetersi della formula «chamou minha atenção». Diadorim obbliga Riobaldo a soffermarsi sulle bellezze del sertão, a focalizzarle, a passarle attraverso il filtro della propria attività di significazione del mondo. 14 Ivi, p. 29. 15 Ivi, p. 33. 16 Ivi, p. 71.

17 Ivi, p. 139. Ci troviamo nell’episiodio della traversata del São Francisco, di cui parleremo tra

breve.

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Diadorim vivia só um sentimento de cada vez. Mistério que a vida me emprestou: tonteei de alturas. Antes, eu percebi a beleza daqueles pássaros, no Rio das Velhas – percebi para sempre. O manuelzinho-da-troa. Tudo isso posso vender?19

Si tratta dei particolari della natura ma, anche – come vedremo – delle tanti piccole storie di quel sertão «de pessoas, de carne e sangue, e mil-e-tantas misérias»20, reso accessibile a Riobaldo proprio attraverso la figura di Diadorim. «Mas ele apreciava o trabalho dos homens, chamando para eles meu olhar, com um jeito de siso»21, ci viene detto nel corso della prima traversata del São Francisco, compiuta dai due protagonisti, ancora bambini. Anche qui è Diadorim che ‘richiama l’attenzione’ (letteralmente ‘lo sguardo’) di Riobaldo.

La traversata del São Francisco è uno degli episodi più simbolicamente carichi del romanzo, per cui vale la pena spendervi alcune parole specifiche. Verso la metà del romanzo, il narratore fa riferimento al São Francisco con queste parole:

O meu Urucuia vem, claro, entre escuros. Vem cair no São Francisco, rio capital. O São Francisco partiu minha vida em duas partes22.

L’Urucuia è – come si è detto – il fiume di Riobaldo, quello a cui è più intimamente legato perché attraversa i suoi Gerais ma anche perché si sente di somigliargli. Non a caso, esso si getta nel São Francisco («rio capital»), fiume che lambisce le terre di Diadorim e che, come Diadorim stesso, fa da spartiacque della vita di Riobaldo. Infatti è proprio in prossimità del São Francisco che i due protagonisti si incontrano per la prima volta.

Riobaldo ha quattordici anni, sua madre è ancora viva ed è proprio lei che, in ossequio a un voto fatto per far guarire il figlio da una malattia, lo spedisce ogni giorno a chiedere l’elemosina in riva al fiume de Janeiro, in un luogo che si trova mezza lega più in basso rispetto al punto in cui questo si getta nel São Francisco. Questo luogo ha il nome evocativo di ‘porto’ (anche se in realtà si tratta solo di

19 Ivi, p. 438. 20 Ivi, p. 14. 21 Ivi, p. 138. 22 Ivi, p. 436.

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«uma beira de barranco, com uma venda, uma casa, um curral e um paiol de depósito»)23 ed è proprio da questo porto che partirà l’avventura di Riobaldo in quel ‘mare senza fine’ che è il sertão:

Ora, lugar de tirar esmola era no porto. Mãe me deu uma sacola. Eu ia, todos os dias. E esperava por lá, naquele parado, raro que alguém vinha. Mas eu gostava, queria novidade quieta para meus olhos. De descer o barranco, me dava receio. Mas espiava as cabaças para bóia de anzol, sempre dependuradas na parede do rancho24.

Riobaldo desidera novità, ma «novidade quieta» e guarda la riva del fiume con un misto di desiderio e repulsione. Mentre sta così osservando, gli compare davanti un bambino:

Aí pois, de repente, vi um menino, encostado numa árvore, pitando cigarro. Menino mocinho, pouco menos do que eu, ou devia de regular minha idade. Ali estava, com um chapéu de couro, de sujigola baixada, e se ria para mim. Não se mexeu. Antes fui eu que vim para perto dele. Então ele foi me dizendo, com voz muito natural, que aquele comprador era o tio dele, e que moravam num lugar chamado Os-Porcos, meio-mundo diverso, onde não tinha nascido. Aquilo ia dizendo, e era um menino bonito, claro, com a testa alta e os olhos aos-grandes, verdes. [...] Mas eu olhava esse menino, com um prazer de companhia, como nunca por ninguém eu não tinha sentido. Achava que ele era muito diferente, gostei daquelas finas feições, a voz mesma, muito leve, muito aprazível. Porque ele falava sem mudança, nem intenção, sem sobejo de esforço, fazia de conversar uma conversinha adulta e antiga. Fui recebendo em mim um desejo de que ele não fosse mais embora, mas ficasse, sobre as horas, e assim como estava sendo, sem parolagem miúda, sem brincadeira – só meu companheiro amigo desconhecido25. Ele, o menino, era dessemelhante, já disse, não dava minúcia de pessoa outra nenhuma. Comparável um suave de ser, mas asseado e forte – assim se fosse um cheiro bom sem cheiro nenhum sensível – o senhor represente. As roupas mesmas

23 Ivi, p. 135. 24 Ivi, p. 136. 25 Ivi, p. 138.

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não tinham nódoa nem amarrotado nenhum, não fuxicavam. A bem dizer, ele pouco falasse. Se via que estava apreciando o ar do tempo, calado e sabido, e tudo nele era segurança em si. Eu queria que ele gostasse de mim26.

Col suo sorriso enigmatico, il cappello a tese calato leggermente sugli occhi verdissimi, le fattezze delicate, la soavità della voce, gli indumenti senza macchia né sgualcitura alcuna, la calma che traspare da ogni suo gesto, questo bambino ha tutte le caratteristiche di una figura iniziatica. Non a caso, nel corso dell’episodio, egli passerà dall’essere o menino (con lettera minuscola) all’essere o Menino (con lettera maiuscola), come a rafforzare l’impressione che si tratti di un figura quasi “scritturale”, una sorta di piccolo Cristo giunto nella vita di Riobaldo per accompagnarlo per mano verso il suo destino («O menino tinha me dado a mão para descer o barranco»)27.

A ulteriore testimonianza del carattere iniziatico della traversata del São Francisco, sta il mutamento radicale e indicibile che Riobaldo sente di provare in seguito a questa esperienza capitale:

E eu não tinha medo mais. Eu? O sério pontual é isto, o senhor escute, me escute mais do que eu estou dizendo; e escute desarmado. O sério é isto, da estória toda – por isto foi que a estória eu lhe contei eu não sentia nada. Só uma transformação, pesável. Muita coisa importante falta nome28.

Ma qual è il luogo a cui o Menino sta conducendo Riobaldo, quali i segreti a cui lo sta iniziando? Leggiamo il brano in cui la canoa su cui siedono i due protagonisti entra dal fiume de Janeiro nel São Francisco:

Mas, com pouco, chegávamos no do-Chico. O senhor surja: é de repentemente, aquela terrível água de largura: imensidade. Medo maior que se tem, é de vir canoando num ribeirãozinho, e dar, sem espera, no corpo dum rio grande. Até pelo mudar. A feiúra com que o São Francisco puxa, se moendo todo barrento

26 Ivi, p. 140.

27 Ivi, p. 139. E per mano i due protagonisti continueranno ad andare anche quando saranno ormai

adulti e diventati temibili jagunços

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vermelho, recebe para si o de-janeiro, quase só um rego verde só. – “Daqui vamos voltar?” – eu pedi, ansiado. O menino não me olhou – porque já tinha estado me olhando, como estava. – “Para quê?” – ele simples perguntou, em descanso de paz29.

Il fiume di cui Riobaldo ha paura e Diadorim no è descritto come un qualcosa di immenso e terribile («aquela terrível água de largura: imensidade»), richiamando alla mente quel deserto altrettanto immenso e terribile che è il Liso do Suçuarão («o desmenso, o raso enorme»)30, che dianzi abbiamo definito come la quintessenza del carattere “sconfinato” (nel senso di senza confini, indelimitabile) del sertão stesso.

Il luogo magico in cui Diadorim conduce Riobaldo per mano è insomma quel

sertão di carne e sangue in cui egli entrerà compiutamente solo più tardi, quando

diventerà un jagunço, ancora una volta per mediazione di Diadorim:

Reinaldo – ele se chamava. Era o Menino do Porto, já expliquei. E desde que ele apareceu, moço e igual, no portal da porta, eu não podia mais, por meu próprio querer, ir me separar da companhia dele, por lei nenhuma; podia? O que entendi em mim: direito como se, no reencontrando aquela hora aquele Menino-Moço, eu tivesse acertado de encontrar, para o todo sempre, as regências de uma alguma a minha família31.

È attraverso Diadorim che Riobaldo entra a far parte della ‘famiglia’ dei compagni. La comunione del protagonista con i jagunços passa fin dall’inizio attraverso la figura dell’amico/amata e al distacco da questi corrisponderà il distacco da tutti gli altri.

Ma tornimao al Saõ Francisco. Oltre a essere smisurato (nel senso di fuori misura), esso è ‘mescolato’ («A feiúra com que o São Francisco puxa, se moendo todo barrento vermelho, recebe para si o de-janeiro, quase só um rego verde só») e mobile (inconstante, instabile). E infatti l’episodio in questione è costellato di

29 Ivi, pp. 40-141. 30 Ivi, p. 721. 31 Ivi, pp. 190-191.

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riferimenti all’istabilità dell’acqua, alla sua mancanza di fermezza e alla paura che essa genera in Riobaldo, che non sa nuotare: «O vacilo da canoa me dava um aumentante receio»32; «Bom aquilo não era, tão pouca firmeza»33;

«

A aguagem bruta, traiçoeira – o rio é cheio de baques, modos moles, de esfrio, e uns sussurros de desamparo»34; «Não pensei nada. Eu tinha o medo imediato. E tanta claridade do dia. O arrojo do rio, e só aquele estrape, e o risco extenso d’água, de parte a parte»35.

È chiaro, in questo contesto, il significato archetipico del fiume – rafforzato dal sapore “esoterico” dell’intero episodio – in quanto luogo di perpetua instabilità, dall’identità paradossale, che è è in quanto non è: non è più (l’acqua passata) e non è ancora (l’acqua che sta per passare). Il fiume è infatti fin dai tempi della filosofia pre-aristotelica (del panta rei di eraclitiana memoria), il simbolo di un mutare continuo e senza scopo, di un’identità nella non identità, di una temporalità ricorsiva e antiteleologica. Nel suo essere e non essere se stesso (perché le sue acque scorrono senza sosta e dunque ogni punto del fiume è a ogni istante diverso da sé) è la negazione del principio di non contraddizione; la prova tangibile dell’inconsistenza della logica dell’identità (dal latino idem = ‘stesso’ ‘medesimo’), secondo cui io sono in quanto sono uguale a me stesso e, di conseguenza, diverso dall’‘altro’. Tale logica costituisce il grande caposaldo della modernità occidentale e dell’ideologia coloniale che ne è figlia. In accordo con essa, affermare se stessi significa negare il diverso, sopprimerlo fuori e dentro di sé, normarlo; ma per poter fare ciò è necessario posizionarlo a un grado inferiore dell’unica identità possibile, a uno stadio precedente di una “Civiltà” concepita come una e universale e dotata di uno sviluppo storico (lineare e progressivo). In questa prospettiva, anche il fiume, in quanto simbolo del pensiero pre-aristotelico, pre-logico, pre-moderno, del tempo ricorsivo e antiteleologico, può essere annoverato tra le “figure” dell’identità paradossale della semiperiferia: un’identità

32 Ivi, p. 139. 33 Ibidem. 34 Ivi, p. 144. 35 Ibidem.

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divisa tra l’essere pre-moderna e postmoderna: un’identità postcoloniale. A maggior ragione il São Francisco, che è il fiume di quell’enorme identità paradossale che è Diadorim, che già nel nome fa pensare all’idea di “doppio”, di ‘divaricato’. Diadorim, come Riobaldo, non sa nuotare, eppure non ha paura del fiume. Anche lui è sottoposto al fluire delle cose, ma sa lasciarsi andare a questa corrente, sa fidarsi di essa. Diadorim sa assumere su di sé l’ambiguità del vivere:

Quieto, composto, confronte, o menino me via. – “Carece de ter coragem...” – ele me disse. Visse que vinham minhas lágrimas? Dói de responder: – “Eu não sei nadar...” O menino sorriu bonito. Afiançou: – “Eu também não sei.” Sereno, sereno. Eu vi o rio. Via os olhos dele, produziam uma luz36.

L’espressione «Carece de ter coragem» è destinata a diventare una delle frasi ripetute come mantra nel corso del romanzo (insieme a «o diabo na rua, no meio do redemoinho», «viver é muito perigoso») e che fanno riferimento all’ambiguità ineliminibile dell’esistenza, e alla necessità di accettarla con coraggio, senza tentare di opporvisi. Ritroviamo questa frase in un brano che abbiamo già citato nel corso di questo lavoro, ma che riportiamo una seconda volta perché richiama esplicitamente il brano precedente, benché – come dimostreremo – ne sia un rovesciamento:

Mas em tanto, então levantei o meu entender para Zé Bebelo – dele emprestei uma esperança, apreciei uma luz. Dei tino. Zé Bebelo, em testa, chefe como chefe, como executava nossa ida. Da marca de um homem solidado assim, que era sempre alvissareiro. Por ele eu crescia admiração, e que era estima e fiança, respeito era. Da pessoa dele, da grande cabeça dele, era só que podia se repor nossa guarda de amparo e completa proteção, eu via. Porque Zé Bebelo previa de vir, cá embaixo, no escuro sertão, e, o que ele pensava, queria, e mandava: tal a guerra, por confrontação; e para o sertão retroceder, feito pusesse o sertão para trás! E era o que íamos realizar de fazer. Para mim, ele estava sendo feito o canoeiro mestre, com o remo na mão, no atravessar o rebelo dum rio cheio. – “Carece de ter coragem... Carece de ter muita coragem...” – eu relembrei. Eu tinha. Diadorim vindo do meu lado, rosável mocinho antigo, sofrido de tudo mas firme, duro de

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temporal, naquelas constâncias. Sei que amava, não amava? Os outros, os companheiros outros, semelhavam no rigor umas pobres infâncias na relega – que deles a gente precisasse de tomar conta37.

La traversata qui evocata è esplicitamente ricollegata dal narratore a quella del primo, fondamentale incontro con Diadorim. Stavolta si tratta esplicitamente di una traversata del sertão, rappresentato come «o rebelo dum rio cheio» e anche qui al fianco del protagonista troviamo Diadorim. Eppure il canoeiro mestre è un personaggio di tutt’altra pasta: Zé Bebelo.

Nel corso di questo lavoro abbiamo già avuto modo di soffermarci a sufficienza su Zé Bebelo. Abbiamo visto come questi tenti di piegare le temporalità plurali del sertão al tempo vuoto e omogeneo della Storia. Abbiamo visto anche come all’ascesa sociale di Riobaldo corrisponda un’interiorizzazione progressiva di queste istanze. In questo processo di interiorizzazione, il brano appena citato costituisce uno snodo fondamentale. Siamo nel bel mezzo del già descritto incontro con le popolazioni del Pubo, uno degli episodi in cui si manifesta maggiormente la colonialità dello sguardo di Riobaldo, ormai avviato verso il Potere. La traversata qui evocata ha un significato opposto e specualre a quella del São Francisco: se la prima era l’entrata di Riobaldo nel sertão ‘di carne e sangue e mille e tante miserie’, questa è l’inizio dell’uscita dallo stesso. Se nella prima il ruolo principe spettava alla figura iniziatica del Menino, qui esso spetta a Zé Bebelo, altra figura-guida per il protagonista, ma figura-guida la cui funzione all’interno del romanzo è specularmente opposta a quella di Diadorim. Zé Bebelo, infatti, simboleggia la trascendenza della Legge, l’aspirazione a un ordine calato dall’alto sul sertão. Diadorim, al contrario, è lo sguardo interno ed empatico sul sertão stesso, di cui questi si sente pienamente parte. Nel brano seguente possiamo vedere i due atteggiamenti a confronto, nelle rispettive reazioni di fronte alla prima comparsa del “negretto” di Sucruju, Guirigó, sorpreso dai nostri a rubare nella fazenda abbandonata del siô Abano:

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– Que podia, que fosse logo embora! – Zé Bebelo consentiu ordem. E ainda jogou um pedaço de rapadura, que ele aparou, fácil, como numa abocada. – “Pra tu adoçar essa tua tripinha preta!” – foi o que Zé Bebelo gritou. E aquele menino, sem fungar, sem olhar para trás, pulou em rumo, maneiro e leviano, se sumiu por onde carecia de ir. Não pensei que fosse tão pequeno, conforme mesmo era. – “Coitadinho, os dentes dele estavam alumiando de brancos...” – Diadorim disse. – “Hem? Hem?” – Zé Bebelo falou. – “O que imponho é se educar e socorrer as infâncias deste sertão!” Eu ia fazer o sinal-da-cruz, mas com a mão não cheguei a bulir, porque isso me pareceu falta de caridade, pensando no menino pretinho38. Zé Bebelo si comporta come un colonizzatore che, con gesto “magnanimo”, getta del cibo al povero colonizzato, «Pra tu adoçar essa tua tripinha preta!». Il suo è uno sguardo esterno, dall’alto, privo di qualsiasi forma di identificazione, che si compiace di avanzare progetti magniloquenti sulla necessità di «se educar e socorrer as infâncias deste sertão», ma è incapace di provare sentimenti sinceri per l’esponente concreto di queste «infâncias», che sta di fronte a lui. Diadorim, al contrario, prova una sincera empatia nei confronti del ragazzino, in cui riesce persino a intravedere una bellezza (evocata nella luminosità dei denti bianchi). A metà strada tra i due, Riobaldo, come al solito incerto su che partito prendere, vorrebbe farsi la croce di fronte alle parole di Zé Bebelo, ma intuisce che questo gesto sarebbe «falta de caridade» nei confronti di Guirigó.

Più avanti incontreremo una situazione simile, ma che stavolta oppone Diadorim allo stesso Riobaldo (che è già l’Urutu Branco). Si tratta dell’incontro dei nostri con un lebbroso:

A enquanto sobejasse de viver um lázaro assim, mesmo muito longe, neste mundo, tudo restava em doente e perigoso, conforme homem tem nojo é do humano. Condenado de maldito, por toda lei, aquele estrago de homem estava; remarcado: seu corpo, sua culpa! Se não, então por que era que ele não dava cabo do mal, ou não deixava o mal dar logo cabo dele? Homem, ele já estava era morto. Que o que Diadorim dissesse; que dissesse. Que aquele homem leproso era meu irmão, igual, criatura de si? Eu desmentia. Como era que, sabendo de um lázaro

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assim, eu ia poder prezar meu amor por Diadorim, por Otacília?! E eu não era o Urutu-Branco? Chefe não era para arrecadar vantagens, mas para emendar o defeituoso. Esporeei, voltando. “Não sou do demo e não sou de Deus!” – pensei bruto, que nem se exclamasse; mas exclamação que havia de ser em duas vozes, uma muito diferente da outra. Vim feito. Tornei a empunhar o revólver. Mas completei, eu mesmo, aquilo que Diadorim decerto ia me responder: “Riobaldo, tu mata o pobre, mas, ao menos, por não desprezar, mata com tua mão cravando faca-tu vê que, por trás do podre, o sangue do coração dele é são e quente...” 39

Diadorim non parla, ma è Riobaldo a immaginare la sua voce che gli ricorda che quello che lui vede come un difetto da correggere, un essere inferiore di cui sbarazzarsi per realizzare i propri progetti “civilizzatori”, è in realtà un uomo concreto, dotato di cuore e sangue.

Contrariamente a Zé Bebelo e allo stesso Riobaldo, Diadorim non ha mai aspirato a rimettere in squadra il mondo. Egli riconosce e accetta dentro di sé l’ambiguità e, a partire da qui, è in grado di riconoscerla e accettarla anche nel mondo:

Não me esqueci daquelas palavras dele [di Zé Bebelo]: que agora era “o mundo à revelia...” Disse a Diadorim. Mas Diadorim menos me respondeu. Ao dar, que falou: – “Riobaldo, você prezava de ir viver n’Os-Porcos, que lá é bonito sempre – com as estrelas tão reluzidas?...” Dei que sim. Como ia querer dizer diferente: pois lá n’Os-Porcos não era a terra de Diadorim própria, lugar dele de crescimento? Mas, mesmo enquanto que essas palavras, eu pensasse que Diadorim podia ter me respondido, assim nestas fações: – “... Mundo à revelia? Mas, Riobaldo, desse jeito mesmo é que o mundo sempre esteve...”40

Anche in questo caso è Riobaldo che attribuisce a Diadorim parole che questi non ha veramente detto, ma che esprimono accettazione e comprensione della caoticità ineludibile dell’esistenza: l’istanza della complessità e dell’ambiguità parla in Riobaldo con la voce di Diadorim. Qui è esplicito, tra l’altro, lo scontro tra le due opposte funzioni di lui/lei e di Zé Bebelo, dal momento che la frase che

39 Ivi, p. 707. 40 Ivi, p. 398.

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Riobaldo non riesce a togliersi dalla testa è stata pronunciata poco prima da Zé Bebelo stesso. Le voci dei due personaggi sono interiorizzate dal protagonista quasi fossero due opposte coscienze.

Non a caso, per compiere i suoi progetti di entrata nel mondo degli ‘individui definitivi’, riassumibili in quel particolare patto col diavolo di cui abbiamo già parlato, Riobaldo avrà necessità di staccarsi dai compagni sì, ma prima di tutto da Diadorim. È lui infatti che più di tutti lo “distrae” dalla fermezza della sua decisione.

Vai, um dia, eu quis. Antes, o que eu vinha era adiando aquilo, adiando. Quis, assim, meio às tantas, mesmo desfazendo de esclarecer no exato meus passos e motivos. Ao que, na moleza, eu tateava. Digo! comecei. Tinha preceito. O que seja – primeiro, não se coma, não se beba, e é; se bebe cachaça... Um gole que era fogo solto na goela e nos internos. Não quebrava o jejum do demo. No que eu confiei que estava pronto para ir avante: no que eram obras de chão e escuridão. Engano meu. A aguardar, até à hora, eu carecia de não deixar que nem um fiozinho de idéia comum em mim esvoaçasse. Deixei. Aí foi um instante: Diadorim estava perto de mim, vivo como pessoa, com aquela forte meiguice que ele denotava. Diadorim conversou, aceitei a companhia dele. Logo larguei meu começo de mão, relaxei aqueles propósitos. Cacei comida. Comi tanto, zampei, e meu corpo agradecia. Diadorim, com as pestanas compridas, os moços olhos. Desde aí, naquelas outras coisas não queria pensar, e ri, pauteei, dormi. A vida era muito normal, mesma, e certa bem que estava41.

Poche righe più sotto troviamo il passo già citato, in cui Riobaldo riconosce negli altri «os companheiros, que viviam à-toa, desestribados; e viviam perto da gente demais, desgovernavam toda a hora a atenção, a certeza de se ser, a segurança destemida, e o alto destino possível da gente»42. Il passaggio da Diadorim alla collettività dei compagni è abbastanza automatico; d’altronde – come abbiamo visto – l’entrata di Riobaldo nella “famiglia” dei jagunços è fin dall’inizio mediata dalla sua amicizia con Diadorim, quel Diadorim che ha “traghettato” per la prima

41

Ivi, pp. 573-574.

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volta Riobaldo dentro il tempo ricorsivo e anti-lineare del sertão e che rimarrà nella mente del narratore come l’istanza che lo costringe a rompere la lineraità del suo discorso.

Ma tornando alla funzione opposta di Zé Bebelo e Diadorim, diciamo che la vita di Riobaldo si gioca interamente tra il prevalere dell’uno o dell’altro. Sarà, infatti, fuggendo da Zé Bebelo (che inizialmente aveva seguito, come “segretario”, nella sua guerra ai jagunços), che Riobaldo ritroverà Diadorim e si arruolerà con la sua banda. Specularmente, alla fine del romanzo, dopo il pelligrinaggio vano nelle terre dell’amico/amata, sarà l’incontro con Zé Bebelo a dare al protagonista la forza necessaria per lasciare da parte le questioni irrisolte della sua vita e avviarsi verso un nuovo inizio, verso la sua esistenza da ‘individuo definitivo’, da

fazendeiro:

Mas, então, quando se estava de volta, m’embora vindo, peguei uma inesperada informação, na Barra do Abaeté. De Zé Bebelo! Tinha mesmo de ser. Não sei por que foi, que com aquilo me renasci. Que Zé Bebelo estava demorando léguas para cima, perto do São Gonçalo do Abaeté, no Porto-Passarinho. Me fiz para lá. E como era, que, antes e antes, eu não tivesse pensado em Zé Bebelo? Trote tocamos, viemos, beirando aquele rio. O senhor sabe – o rio Abaeté, que é entristecedor audaz de belo: largo tanto, de morro a morro. E em minha vida eu já pensava43.

Sarà proprio durante questo incontro che Riobaldo, per intercessione di Zé Bebelo, conoscerà il compare Quelemém, nuova figura-guida, più ‘definitiva’ di Zé Bebelo stesso, che nel suo voler combattere l’ambiguità del sertão rimaneva comunque un personaggio immerso pienamente in questa stessa ambiguità:

Porque, por fim, ele exigiu minha atenção toda, e disse: – “Riobaldo, eu sei a amizade de que agora tu precisa. Vai lá. Mas, me promete: não adia, não desdenha! Daqui, e reto, tu sai e vai lá. Diz que é de minha parte... Ele é diverso de todo o mundo”. Mesmo escreveu um bilhete, que eu levasse. Ao quando despedi, e ele me abraçou, senti o afeto em ser de pensar. Será que ainda tinha aquele apito, na algibeira? E gritou: – “Safas!” –; maximé. Tinha de ser Zé Bebelo, para isso. Só Zé

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Bebelo, mesmo, para meu destino começar de salvar. Porque o bilhete era para o Compadre meu Quelemém de Góis, na Jijujã – Vereda do Buriti Pardo44.

È la vittoria della funzione Zé Bebelo sulla funzione Diadorim. Con Diadorim morto, il mare senza fine del sertão è sospeso, messo tra parentesi: «Chapadão. Morreu o mar, que foi»45. Ma non morirà davvero, poiché riemergerà

continuamente nel discorso di Riobaldo, impedendogli di assumere un andamento lineare. Si veda, di seguito, il brano in cui compare per la prima volta nel romanzo il nome di Diadorim. Riobaldo sta raccontando di uno scontro a fuoco, per cercare di dare l’idea al suo interlocutore di che cosa significhi trovarsi a vivere esperienze del genere e sperimentare così da vicino il rischio della morte:

Concebi que vinham, me matavam. Nem fazia mal, me importei não. Assim, uns momentos, ao menos eu guardava a licença de prazo para me descansar. Conforme pensei em Diadorim. Só pensava era nele. Um joão-de-barro cantou. Eu queria morrer pensando em meu amigo Diadorim, mano-oh-mão, que estava na Serra do Pau-d’Arco, quase na divisa baiana, com nossa outra metade dos sócandelários... Com meu amigo Diadorim me abraçava, sentimento meu ia voava reto para ele... Ai, arre, mas: que esta minha boca não tem ordem nenhuma. Estou contando fora, coisas divagadas46.

Il pensiero di Diadorim – che ebbe anche in quel frangente – torna ora nel raccontarlo e fa perdere il filo a Riobaldo, facendogli raccontare «fora, coisas divagadas». Sul ruolo di Diadorim relativamente all’impossibilità per Riobaldo di raccontare la propria esperienza in modo comprensibile all’interlocutore (cioè seguendo i suoi schemi mentali), si vedano anche i brani seguenti:

Por que é, então, que eu salto isso, em resumo, como não devia de, nesta conversa minha abreviã? Veja o senhor, o que é muito e mil: estou errando. Estivesse contando ao senhor, por tudo, somente o que Diadorim viveu presente mim, o

44 Ivi, p. 873. 45 Ivi, p. 864. 46 Ivi, p. 22.

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tempo – em repetido igual, trivial – assim era que eu explicava ao senhor aquela verdadeira situação de minha vida47.

Como vou contar, e o senhor sentir em meu estado? O senhor sobrenasceu lá? O senhor mordeu aquilo? O senhor conheceu Diadorim, meu senhor?!...48

Anche da morto, Diadorim interviene a scombinare i piani di Riobaldo, a intricarli, a impedirgli di raggiungere la semplicistica ottusità del compare Quelemém e il razionalismo tranchant dell’uomo di città. Anche da morto Diadorim continua a ‘richiamare l’attenzione’ di Riobaldo sulle minute cose che non si possono passare sotto silenzio se si vuole davvero capire il sertão, comprenderlo dall’interno, empaticamente. Interviene, insomma, a far emergere sotto la superficie omogenea e ordinata della ‘Storia’ la potenza destabilizzante delle ‘storie’.

47 Ivi, p. 257. 48 Ivi, p. 852.

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