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Vida de fé

Nel documento PADRE PAULO ALBERA (pagine 143-146)

A CONTRIBUIÇÃO DO P. ALBERA PARA A ESPIRITUALIDADE SALESIANA

2. Vida de fé

Premissa indispensável para obter o espírito de oração é a fé. A expe-riência ensina que “se num religioso a fé é viva, mesmo que se devesse deplorar algum defeito em sua vida, ele não tardará a se emendar, dará passos gigantescos no caminho da perfeição e se tornará um instrumento apto a buscar a salvação de muitas almas”. Esse estado é o tema da circular de 21 de novembro de 1912, elaborada em forma de instrução, com uma

15 LC 31-34

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primeira parte doutrinal (sobre a necessidade da vida de fé, seus diversos graus, seus frutos, o valor que confere às ações humanas, seu inseparável liame com a oração e a vocação) e uma seção prática, na qual, depois de evocar a fé ardorosa de Dom Bosco, o P. Albera exorta os irmãos a “reavivar”

a própria fé, para conferir fecundidade ao próprio ministério.17)

A fé ilumina a inteligência e permite aos homens “caminhar com segurança, apesar das trevas e dos perigos neste vale de lágrimas”. Ela nos faz perceber “a finalidade pela qual Deus nos criou e a obra maravi-lhosa realizada por Jesus Cristo”. Revela-nos “a beleza da virtude, a precio-sidade da graça divina, inspirando-nos horror ao pecado, propiciando-nos mediante os santos Sacramentos muitos meios de santificação”. Faz-nos considerar a vocação religiosa como um Dom especial, um ato de predi-leção de Deus para conosco. Vive de fé aquele que “com decisão” acredita todas as verdades reveladas, com alegria “acolhe a luz da divina revelação e adere completamente aos ensinamentos de Jesus Cristo, transmitidos pela Igreja, à qual se entrega com a simplicidade de uma criança”.18)

O Salesiano é homem de fé quando se mantém constantemente na presença de Deus e assim “impregna e santifica toda a sua vida”. A fé ilumina a sua mente e o seu coração, atrai-lhe as bênçãos do Senhor, ajuda-o a superar as tentações, a enfrentar com força e constância as provas da vida e as dificuldades que se encontram na missão educativa: “É somente com a luz da fé e a intuição da caridade cristã que nós, sob a presença desfigurada de jovens pobres e abandonados, entrevemos a própria pessoa de quem foi chamado o homem das dores... É a palavra da fé que nos sopra aos ouvidos:

tudo o que tiverdes feito a um destes meus pequenos irmãos, foi a mim o que o fizestes”. É ainda a fé que ajuda a superar o cansaço, o desânimo e a ingratidão, “recordando-nos que trabalhamos para Deus”. Só ela infunde em nosso coração “uma calma e uma paz inalterável”, deixa-nos “sempre igual no contínuo suceder-se de acontecimentos ora alegres ora tristes”.19)

A essas considerações o P. Albera acrescenta algumas indicações espiri-tuais práticas: “Quem vive de fé, alegra-se ao contemplar Jesus que habita no próprio coração, ora glorioso, como no céu, ora escondido, como na sagrada eucaristria, e nessa contemplação se acende nele o desejo de tornar sempre mais agradável esta sua morada, ornando-a com as mais belas virtudes. Começa por esvaziar seu coração de todo sentimento de amor

17 LC 82-100.

18 LC 88.

19 LC 88-93.

A contribuição do P. Albera para a espiritualidade salesiana 143

próprio, de vanglória e de soberba, para que Jesus seja seu único dono.

Considera-se como templo vivo do Espírito Santo; portanto, terá cuidado para que esse templo não seja profanado, mesmo pelo mínimo afeto impuro.

Haverá de se condiderar feliz por faltar-lhe, não somente o supérfluo, mas até o necessário para não se discípulo indigno de quem quis por comp-nheira a inseparável pobreza... Particularmente se esforçará para manter vivo o fogo sagrado da caridade, virtude que mais nos torna semelhantes ao próprio Deus”. O espírito de fé se alimenta mediante a oração fervorosa e confiante, a meditação e a leitura espiritual, os Sacramentos da Eucaristia e da Penitência, a visita a Jesus presente no tabernáculo, o cuidado dos mínimos detalhes quando celebramos os mistérios divinos.20)

Em seguida o P. Albera passa a ilustrar as consequências operativas da vida de fé: os Salesianos animados pela fé sentirão crescer no coração a gratidão a Deus por terem sido chamados a fazer parte da Congregação;

considerarão a casa onde a obediência os colocou “como casa do próprio Deus”, e a tarefa a eles confiada “como a porção da vinha que o patrão nos confiou para cultivar”; verão nos superiores “os representantes do próprio Deus”; reconhecerão “as Constituições, os Regulamentos, o horário, como manifestações da vontade de Deus”; acolherão os jovens como “um sagrado depósito, do qual Deus pedirá estreitíssimas contas”; olharão para os irmãos como “imagens vivas do próprio Deus, encarregadas por ele mesmo, ora para edificar-nos com suas virtudes, ora para fazer-nos praticar a caridade e a paciência com seus defeitos”.

“Oh! Quando chegará o dia em que nós, segundo a imaginativa expressão de São Francisco de Sales, nos deixaremos carregar por Nosso Senhor como uma criança nos braços de sua mãe? Quando, caríssimos irmãos, nos acostumaremos a ver Deus em cada coisa, em cada acontecimento; que nós deveríamos considerar como espécies sacramentais sob as quais ele se esconde? Assim nos persuadiremos de que a fé é um raio da luz celeste que nos faz ver a Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus”.21)

Como todas as intervenções do P. Albera, a carta circular termina, remetendo para o exemplo de Dom Bosco. Tudo nele foi inspirado e alimentado pela fé: a inexaurível dedicação à educação cristã dos jovens, a pregação concreta e apaixonada, “seu admirável sistema preventivo”, a presença contínua enrtre os jovens, a assistência incansável. Por fim, convida os irmãos à ação apostólica, considerando “a situação da sociedade

20 LC 93-95.

21 LC 95-96.

atual”, onde também nos que se proclamam cristãos “a chama da fé se enfraqueceu de tal modo que ameaça apagar-se de um momento para outro”; onde “um número interminável de jovens frequenta as assim ditas escolas laicizadas, em que muitas vezes é delito pronunciar o nome de Deus”: talvez no futuro “tenhamos uma geração interiamente privada do sopro vital da fé”. Esse pensamento deve sacudir os discípulos de Dom Bosco: “Deus, que costuma escolher os meios mais pobres para realizar as obras maiores”, chamou-nos a colaborar na restauração do reino nas almas e conta “com a nossa vontade e a nossa humilde colaboração... Portanto, metamos imediatamente mãos à obra; a partir de hoje, a nossa vida seja realmente vida de fé”.22)

Nel documento PADRE PAULO ALBERA (pagine 143-146)