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X.XIII La notte apre i miei occhi – A noite abre os meus olhos

I.XIII.III A noite abre os meus olhos

La prima edizione portoghese di A noite abre meus olhos, [poesia reunida], pubblicata, come si è detto, dalla casa editrice Assírio & Alvim qualche mese dopo la versione italiana, nel settembre del 2006, diverge da questa in vari punti, a cominciare dal fatto che si tratta della compilazione esaustiva dei sette volumi tolentiniani fino ad allora pubblicati.

Nella lunga e profonda postfazione, Silvina Rodrigues Lopes sottolinea alcuni aspetti della produzione tolentiniana, a partire dai topoi fondamentali, presenti nel titolo stesso della compilazione - la notte:

Vindo de uma longa tradição, esse motivo transporta consigo, por um lado a profundidade lírica, as origens abissais da inspiração, e por outro, uma tradição poético-religiosa que se sintetiza no muito comentado relato de São Lucas: «Paulo ergueu-se da terra e, de olhos abertos, não viu nada».

A noite pode entrar no poema tal como na vida de cada um, pelo sonho, pela insónia, pela leitura ou pela obscuridade que envolve a contemplação, mas o que a manifesta, lemos num

317 «Ci sono immagini e micro-narrazioni esemplari disseminate in tutta la sua poesia, che ne rendono preziose le parole

e gli oggetti, fino a farne delle parabole. La «verità di un’altra importanza» si scorge fra le pieghe delle immagini, fra le pieghe dei significati più palesi. I segni di questa verità possono sfuggirci”» Ibidem, p. 103.

318 «Ritrovare i luoghi dell’amore, ritrovare il nome delle cose (...), riporre tutto il proprio affetto negli oggetti della

quotidianità, ritornare al punto in cui «si era ad un passo» da una verità, e tentare ancora il suo racconto. Il passato ritorna, ci dice Tolentino, come il cane abbandonato che ritrova la strada di casa.» Ibidem, pp. 105-106.

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poema deste livro, é o movimento «de escuridão a escuridão», a sua dança que se cumpre inteiramente fora da luz que, tornando visível, imobiliza.320

La notte che, secondo l’autrice, è anche il risultato della cultura letteraria e biblica, di Tolentino, è dunque l’occasione del movimento, vale a dire della creatività. Non solo laboratorio, la notte diventa anche, naturalmente, materia centrale della poetica tolentiniana, spazio e tempo intravisto e intrasentito - una “salvaguardia dello sconosciuto in parole, un’amplificazione della possibilità di ascolto dell’emozione che ci sfugge” 321 - spazio e tempo solo evidente all’ apparenza322

ma che certamente sfugge alla possibilità di una fissazione in modo assoluto323. È proprio così che inizia la sua postfazione:

Tudo o que a poesia de A noite abre meus olhos traz para a luz ou escuridão do sentir e do pensar, o traz no seu distanciar-se, movimento que não se compadece com os hábitos da domesticação ou simplesmente da racionalidade que para se erguer ignora o que não seja dado em método, substância ou ideia. Não ignorando aquilo de que não se pode dispor, os poemas deste livro fazem sua a condição de prosseguir nomeando o possível, respondendo ao impossível, assim fazendo ressoar a dualidade no âmago do mundo, assim inscrevendo nele os seus trajetos sem regresso. Ao fazê-lo assinalam por vezes como fé ou acompanhamento de Deus, potência alterante, o impulso de partida que se gera e se prova no ritmo mais íntimo e mais próprio da vida, do poema (…). Uma leitura deste livro não podendo remeter a fé que aí se assume para a categoria de acessório, não é por isso necessariamente conduzida à discussão de uma questão religiosa, ou sequer de uma questão de Deus. Construindo-se como escuta e reflexão, a disponibilidade para o que altera torna-se-lhe intrínseca, e também ela tem uma única forma de acompanhar o que lê.324

320 «Venuta da una lunga tradizione, tale motivo trasporta con sé, da una parte, la profondità lirica, le origini abissali

dell’ispirazione, e dall’altra, una tradizione poetico-religiosa che si sintetizza nel molto commentato passo di San Luca: «Paolo si è alzato dalla terra e, ad occhi aperti, non ha visto nulla». La notte può entrare nel poema tale come nella vita di ognuno, dal sogno, dalla insonnia, dalla lettura o dall’oscurità che coinvolge la contemplazione, ma ciò che manifesta, leggiamo in un componimento del libro, è il movimento «di oscurità in oscurità», il suo ballo che si compie interamente fuori dalla luce che, facendolo visibile, lo immobilizza.» S. Rodrigues Lopes, Posfácio in J.T. Mendonça, A noite abre

meus olhos, Lisboa, Assírio & Alvim, 2006, pp. 228-229.

321 «Tal é a maneira poética, justamente: salvaguardar o desconhecido em palavras, amplificar a possibilidade de escuta

da emoção que escapa, que não cola a nenhum conceito, mas se dá a entrever, e entressentir na multiplicidade de forças sem-fim que o poema desencadeia-acolhe.» Ibidem, pp. 224-225.

322 «Cada poema se lê sem sobressaltos de interpretação, e no entanto a sua leitura deixa a impressão de nada ser obvio.

O recurso a ideias, lugares e expressões que julgamos partilhar põe justamente em causa que a partilha seja referida ao conhecido e possa ser assinalável como tal.» Ibidem, pp. 227-228.

323 «Cantar o mundo é, no sentido em que aqui se inicia uma leitura de A noite abre os meus olhos, interferir no seu não-

destino, o que implica o amor de que esse canto é capaz e contraria a permanente ameaça de redução da linguagem a veículo da mesmidade e máquina de guerra.» Ibidem, p. 229.

324 «Tutto ciò che la poesia di A noite abre meus olhos porta alla luce o al buio del sentire e del pensare, movimento che

non accondiscende con le abitudini dell’addomesticamento o semplicemente della razionalità che per ergersi ignora ciò che non sia dato in metodo, sostanza o idea. Non ignorando ciò di cui non si può disporre, i componimenti di questo libro fanno sua la condizione di proseguire nominando il possibile, rispondendo all’impossibile, così facendo risuonare la dualità nel centro del mondo, così iscrivendo in lui i suoi tragitti senza ritorno. Nel farlo segnalano a volte come fede o accompagnamento di Dio, potenza alterante, l’impulso della partenza che si genera e si comprova nel ritmo più intimo e più proprio della vita, della poesia (...). Una lettura di questo libro, non potendo rimettere la fede che lì si assume alla categoria di accessorio, non è per questo necessariamente condotta alla discussione di una questione religiosa, o anche di una questione di Dio. Costruendosi come ascolto e riflessione, la disponibilità per ciò che lo altera gli diventa intrinseca, e anch’essa ha un unico modo di accompagnare quel che legge.» Ibidem, p. 213.

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Ascolto e riflessione, apertura a “ciò che modifica”, significano anche l’aspirazione alla “forza ellittica della scrittura”, quella che porta ad una ricerca senza fine da parte del poeta e ad un’impossibilità di trovare il definito e il definitivo dalla parte del lettore325 in un confronto di

significanti e significati che fa saltellare tra ciò che sembra strano e quello che è comune, “turbando il gioco di indirizzi e qualificazioni” 326.

A profunda radicação na experiência da escrita faz de A noite abre meus olhos um livro perturbador de distinções generalizadas, tais como as que opõem a experiência, histórica, social, ética, ao universalismo do pensamento, o eu ao tu, o efémero ao eterno. É assumindo- se como escrita, movimento de dissipação do eu e seus compromissos, que esta poesia se faz espaço de afirmação da singularidade, promessa de não abdicação de si enquanto exposição ao outro, confronto no sem-limite da linguagem com a multiplicidade de forças que o uso instrumental não pode senão excluir. A escrita não é, porém, uma origem que como tal se apresente, ela é já em si escuta que orienta: escuta do segredo que passa no mundo através das paisagens, dos gestos, das interrogações e das respostas; escuta, em primeiro lugar, do que tornou íntimo esse segredo – o canto, emoção e partida confundindo-se através dele na poesia. É por essa escuta que a distância toca o escrever, que assim tanto se desprende da pretensão da originalidade, como da limitação a correntes convencionadas.327

Ancora sulla questione dell’opposizione tra l’io e il tu, Silvina Rodrigues Lopes considera che l’elemento decisivo nella poesia di Tolentino è il tu, nella doppia possibilità di essere ascoltato e di essere “l’enigma che espone il poeta come passività e desiderio, solitudine e prossimità328. Gioia,

perdita e bellezza intensificano la vita, non la rendono grandiosa, giustamente perché non le troviamo

325 «A infinitização do instante no espaço do poema, na sua tensão interpelante de palavras e silêncios, está associada à

valorização nele da ausência que fica como ausência naquilo que se apresenta. A aspiração do poema à perfeição não se confunde por conseguinte com o elogio do definido e definitivo, ela está essencialmente voltada para a força elíptica da escrita, da qual tanto decorre a incerteza e o procurar sem fim, como uma dinâmica da leitura enquanto movimento do que perdura em devir, uma proferição sem fim, que expõe a linguagem à sua parte de inominável». Ibidem, p. 218.

326 «O que à partida se vê e ouve não é estranho ao comum, sendo o ver e o ouvir que neles revelam uma dimensão fugidia.

A inapropriabilidade que alastra pelo poema alastra pelo mundo como sombra ou noite e nele vem perturbar o jogo de endereços e qualificações: é o exterior que com ele se coloca, indissociável dele, não resultando de nenhum confronto com uma ideia pura ou exterior absoluto. O poeta toma a palavra da sua circunstância, do seu ethos, para permitir a apresentação enigmática da noite, sem para tal prescindir da interrogação e da experimentação.» Ibidem, p. 221.

327 «Il profondo radicamento nell’esperienza della scrittura fa di A noite abre meus olhos un libro che turba le distinzioni

generalizzate, come quelle che oppongono esperienza, storica, sociale, etica, all’universalismo del pensiero, l’io al tu, l’effimero all’eterno. È assumendosi come scrittura, movimento di dissipazione dell’io e dei suoi compromessi, che questa poesia si fa spazio di affermazione della singolarità, promessa di non abdicazione di sé come esposizione all’altro, confronto nel senza-limite del linguaggio con la molteplicità di forze che l’uso strumentale non può che escludere. La scrittura non è, però, un’origine che come tale si presenti, essa è in se stessa ascolto che orienta: ascolto del segreto che passa nel mondo attraverso i paesaggi, i gesti, le interrogazioni e le risposte; ascolto, in primo luogo, di ciò che ha fatto diventare intimo tale segreto - il canto, l’emozione e la partenza confondendosi attraverso di lui nella poesia. È a causa di questo ascolto che la distanza tocca la scrittura, che così tanto si slega dalla pretensione dell’originalità, come dalla limitazione a correnti convenzionali.» Ibidem, pp. 214-215.

328 «(...) a instância decisiva no poema é o tu enquanto ruptura de identidade, quer pela possibilidade de ser escutado e

assim se desfazer na própria voz, quer pela consciência da mortalidade e por conseguinte pela compaixão (ou promessa) a que a figura do outro incita, quer, sobretudo, pelo enigma que o expõe como passividade e desejo, solidão e proximidade.» Ibidem, p. 225.

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vincolate ad obiettivi, ma esprimendo e esprimendosi in piena libertà329. È in questa “misura senza

misura” che l’autrice considera quella tolentiniana una poesia d’amore:

Poesia de atenção e intensidades, A noite abre meus olhos é um permanente voltar-se para o não-objetivável, o que, sendo suporte do mundo, se não deixa descrever, «isso de nós que não tem defesa». Nessa medida sem medida, ela é poesia de amor. Nem colocação de um sujeito votado à construção especular de uma identidade e de um sistema de trocas, nem acesso à plenitude, nem movimento interminável de falta. O amor é no poema o acontecimento que não cessa de nele acontecer, a verdade como trespassar do mundo através de forças que deslocam para o seu reverso silencioso, espaço de partilha da distância irredutível, que torna próximo o longínquo enquanto tal.330

A quella del settembre del 2006, seguiranno altre due edizioni ampliate dell’antologia poetica tolentiniana. Rispetto alla prima, si notano immediatamente le copertine diverse e anche le diverse citazioni iniziali, ma lo stesso formato e la stessa impaginazione. La postfazione di Silvina Rodrigues Lopes è sostituita dall’aggiunta dei componimenti dell’ottavo volume di Tolentino, che nel frattempo era stato pubblicato: O viajante sem sono.

Cambiano però sostanzialmente, come si è detto, le copertine delle due edizioni. Nella prima, su un fondo chiaro (in contrasto con l’evocazione notturna della testata) dove campeggiano i caratteri con il nome dell’autore, il titolo dell’opera e la casa editrice in rosso, Ilda David’ crea un delicato disegno informale in toni azzurrini e bianchi. Nella seconda edizione, invece, il fondo nero si confonde con l’opera scelta per illustrare il libro - un significativo esempio dell’arte contemporanea portoghese, frutto della collaborazione tra Lourdes Castro (n.1930) - artista nata, come Tolentino, a Madeira, assidua collaboratrice volte del poeta - e Mário Zimbro (1944-2003), suo compagno negli ultimi anni di vita.

329 «Alegria e perda são assim duas designações para a intensificação da vida que não é da ordem do grandioso, do

espectacular, mas do acesso a outro estado, não vinculado a objectivos, libertação que é a da Antígona no poema «Antígona e a lei dos homens». E o que se diz da alegria pode dizer-se de modo semelhante da beleza (...)» Ibidem, p. 217.

330 «Poesia di attenzione e intensità, A noite abre meus olhos è un costante girarsi verso il non-obiettivo, il che, essendo

il supporto del mondo, non si lascia descrivere, «ciò che di noi non ha difesa». In tale misura senza misura, questa è una poesia d’amore. Né la collocazione di un soggetto votato alla costruzione speculare di un’identità e di un sistema di scambi, né l’accesso alla pienezza, né il movimento interminabile della mancanza. L’amore è nel poema l’accadimento che non cessa di accadere lì, la verità con cui trapassare il mondo attraverso forze che si muovono verso il suo risvolto silenzioso, spazio di condivisione della distanza irriducibile, che fa diventare vicino il lontano come tale.» Ibidem, pp. 218-219.

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20. Copertine delle 1ª e 2ª edizione di A noite abre os meus olhos: Ilda David’ e Lourdes Castro.

L’opera ha per titolo “Montanha de Flores” (montagna di fiori): è stata avviata nel 1988, e la si può considerare conclusa alla data della morte di Zimbro, nel 2003. Più volte citata nella bibliografia specializzata331 e anche in un’intervista all’artista332, è stata presentata per la prima volta nella mostra “Além da Sombra” (Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1992) e poi in “À luz da sombra” nel Museo di Arte Contemporanea di Serralves, Porto, nel 2003.

21. Montanha de Flores (1988-2003) di Lourdes Castro.

331 Per esempio in A. Melo, Arte e artistas em Portugal, Lisboa, Bertrand Editora / Instituto Camões, 2007, p. 142 e e nel

catalogo della mostra À luz da Sombra: Lourdes Castro, Manuel Zimbro, Porto, Fundação Serralves / Assírio & Alvim, 2010.

332 Per esempio, in Lourdes Castro: A minha pintura é esta: o viver, o estar cá, “Público”, 03 marzo 2010, in occasione

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La copertina non è più che il registro fotografico (di Victor Simões) di questa installazione: uno spazio buio, con un unico fascio di luce su dei gerani rossi collocati in un cilindro di vetro, con un grande accumulo di petali caduti attorno. L’insieme è appoggiato su una base di vetro trasparente, attraverso la quale si proiettano nel piano inferiore, parallelo e di vetro nero, ombre e riflessi della “montagna di fiori”. L’effetto è assimilabile a una sorta di paesaggio insulare, in sospensione, reale ed illusorio simultaneamente. Come ha scritto Rita Macedo nella sua tesi sulla conservazione delle opere d’arte contemporanee:

Poderíamos vê-la como obra manifesto ou como epílogo de um longo capítulo no conjunto do trabalho de Lourdes Castro. Não porque com ela se feche um ciclo, mas precisamente porque nela a autora nos mostra o ciclo da vida: passado, presente e futuro confundem-se no monte de pétalas que se encontra na base da jarra; o que foi, o que é e o que há-de ser. O presente está nesse ramo de gerânios frescos de um colorido intenso, quase fluorescente. Os seus pés mergulham na água transparente do recipiente de vidro, mas acabarão naturalmente por integrar a montanha do passado e do futuro porque, como parece dizer-nos, a impermanência é a única coisa verdadeiramente permanente. Tal como acontece em toda a sua obra, desde as «Caixas» à «Montanha», Lourdes Castro chama a atenção para o presente, para o quotidiano que está sempre a acabar e sempre a recomeçar, como que a afirmar que é preciso vivê-lo, não deixar fugir, não olhar para trás.333

Nel settembre del 2014 è apparsa l’ultima delle edizioni dell’antologia tolentiniana, che ancora una volta sorprende perché presenta una nuova copertina. Benché l’impaginazione sia sostanzialmente la stessa (si segnalano soltanto alcuni minimi cambiamenti grafici, per esempio la scelta di adottare il carattere maiuscolo per il titolo di ciascuna poesia) e si rilevi l’opportuna inclusione nel corpo dell’antologia dei volumi pubblicati tra il 2010 e il 2014, ovvero Estação central e A papoila e o monge, il principale cambiamento è il formato. Dai 18 cm x 12 cm delle prime edizioni, si passa a un più solenne 21cm x 15cm, in un volume di maggior numero di pagine e arricchito della postfazione di Jerónimo Pizzarro. Curiosamente il volume si colloca sempre nella collana “Documenta Poetica”, di cui facevano parte anche le precedenti edizioni, e figura con il numero 107.

333 «La potremmo vedere come opera-manifesto o come l’epilogo di un lungo capitolo nell’insieme del lavoro di Lourdes

Castro. Non perché in essa si chiuda un ciclo, ma precisamente perché qui l’autrice ci fa vedere il ciclo della vita: passato, presente e futuro si confondono nel monte di petali che si trova alla base del vaso; quel che fu, quel che è e quel che darà. Il presente è in questo ramo di gerani freschi di un colorito intenso, quasi fluorescente. I suoi piedi si tuffano nell’acqua trasparente del contenitore di vetro, ma finiranno anche loro per integrare la montagna del passato e del futuro perché, come sembra dirci, l’impermanenza è l’unica cosa veramente permanente. Tale come succede in tutta la sua opera, dalle «Caixas» alla «Montanha», Lourdes Castro richiama l’attenzione verso il presente, verso il quotidiano che sta sempre a finire e sempre a ricominciare, come affermando che è necessario viverlo, non lasciarlo sfuggire, non guardare indietro.» in R.A. Silva Pinto de Macedo, Desafios da Arte Contemporânea à Conservação e Restauro, Documentar a Arte

Portuguesa dos Anos 60/70, tesi presentata alla Faculdade de Ciências Sociais e Humanas dell’Universidade Nova di

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Nella copertina “Montado do cabeço da Lenha, Pico do Areeiro”, un progetto di design curato dallo studio di architetti Paulo David334 su una foto di João Almeida - tutti artisti originari dell’isola di

Madeira. La foto rappresenta in un primo piano avvicinato l’aridità della cima, che confina con una densa nebbia propria dei posti alti, oltre alla quale si scopre soltanto il cielo.

22. Paulo David (design), João Almeida (foto), copertina della 3ª edizione di A noite abre os meus olhos

Ecco un interessante contrappunto alla copertina della precedente edizione. Il buio dello sfondo è stato sostituito da una macchia grigia chiara che si risolve nell’azzurrino del cielo. L’idea della montagna, come vista da fuori - nel caso della installazione di Lourdes Castro - è qui presentata in una prospettiva rovesciata e opposta: il punto di vista è di sulla montagna è già salito. Infine si noti il richiamo costante e un silenzioso omaggio alla Madeira isola natale del Poeta e degli artisti che collaborano plasticamente all’edizione delle sue raccolte poetiche.

Dal titolo “O património da sede”, la postfazione di Jerónimo Pizarro è un testo breve ed essenziale, una visione esatta e profonda di insieme dell’opera tolentiniana, che esordisce con l’individuazione delle matrici poetiche di Tolentino Mendonça:

Tradutor do Cântico dos Cânticos, defensor da abertura da Igreja às artes, caçador de epifanias que não foi caçar, navegador para quem «Quietos fazemos as grandes viagens», José Tolentino Mendonça escreve uma poesia em que reconhecemos San Juan de la Cruz e Herberto Helder; Rainer Maria Rilke e Adília Lopes; ou seja, em que convivem transcendência e imanência, misticismo e materialismo, lirismo e prosaísmo.335

334 Paulo David è stato, nel 2012, considerato insieme a Tolentino uno delle cento persone più influenti del Portogallo dal

settimanale Expresso.

335 «Traduttore del Cantico dei Cantici, difensore dell’apertura della Chiesa alle arti, cacciatore di epifanie che non è

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